PETROBRÁS AUMENTA INVESTIMENTOS EM PESQUISA E INOVAÇÃO EM 28% E REDUZ CUSTOS EM SUAS OPERAÇÕES NO PRÉ-SAL
Em 2018, a Petrobrás resolveu desembolsar mais recursos para a área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), após manter por dois anos os investimentos no mesmo patamar. Ao todo, a petroleira aplicou R$ 2,3 bilhão na área no ano passado, volume 28% superior ao que foi registrado em 2017. Alguns dentre os vários focos tecnológicos da companhia foram a redução do preço de equilíbrio de petróleo e do custo operacional, além da otimização de processos produtivos e uso eficiente de energia. Com uso de tecnologia, adoção das tendências digitais e também pelo caráter inovador da nossa indústria, a estatal conseguiu alguns bons resultados, especialmente em ativos do pré-sal, onde obteve uma importante diminuição de despesas.
Uma das inovações foi a operação pioneira de injeção de inibidor de incrustação no polo pré-sal da Bacia de Santos. O impacto positivo foi a prevenção de perdas de produção da ordem de 15 mil barris por dia. O ganho econômico para os cofres da empresa ficou estimado em US$ 1 milhão por dia.
Em outro projeto de PD&I, a companhia descobriu o mecanismo de formação de ácidos em óleos do pré-sal, o que possibilitou a redução de corrosão em topo de torres de destilação. A inovação vai evitar perdas de até US$ 37 milhões por ano, segundo estimativa feita pela própria Petrobrás. Com o mesmo foco na redução de custos, a estatal adotou um novo procedimento de testes de Blow Out Preventer (BOP), equipamento que previne vazamentos em poços de petróleo. O resultado foi a redução destes testes em até 12 horas por evento, o que representa uma economia de R$ 1,5 milhão por poço no pré-sal.
A Petrobrás está prometendo avançar ainda mais no que diz respeito à transformação digital, conforme disse em declarações recentes o presidente da companhia, Roberto Castello Branco. Atualmente, cerca de 27% da carteira dos projetos de PD&I da petroleira incorporam tecnologias digitais, como Big Data, High Performance Computing e Inteligência artificial.
Nesta linha, a empresa adotou uma ferramenta computacional, chamada de SimCAP, que serve para avaliação de petróleo do pré-sal a ser utilizado para produção de cimento asfáltico de petróleo. A ideia da companhia é atender este mercado, cujo faturamento é de R$ 4,7 bilhões por ano. O SimCAP foi desenvolvido com base em dados experimentais e de inteligência artificial, por meio do uso de técnicas de aprendizagem computacional. O objetivo é otimizar o elenco de petróleos para redução das restrições de alocação de pré-sal nas refinarias durante campanha de produção de asfalto, conferindo maior competitividade e garantia no atendimento ao mercado.
Ainda falando das inovações dentro dessa área digital, a Petrobrás adotou uma metodologia computacional para obtenção de valores de propriedades de rochas de reservatórios, o que vai antecipar em 12 meses os resultados dessas avaliações. Com o foco em ampliar ainda mais seu processo de digitalização, a estatal decidiu criar, no ano passado, uma estrutura organizacional dedicada exclusivamente para esta área. Essa equipe vai atuar em parceria com os demais segmentos da empresa e será responsável pela realização de projetos digitais com potencial de alto retorno, com ampla difusão interna.
Todas as atividades em PD&I da Petrobrás são coordenadas pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), localizado na Ilha do Fundão (RJ). Lá são desenvolvidas as tecnologias que vão ao encontro às metas da petroleira estabelecidas em seu plano de negócios. Atualmente, o Cenpes conta com 1.300 colaboradores, dos quais 90% são dedicados exclusivamente à área de PD&I.
Deixe seu comentário