PETROBRÁS BUSCA DIVERSIFICAÇÃO DE MERCADOS PARA EXPORTAR SEU PETRÓLEO E A ÍNDIA ESTÁ NO RADAR
Enquanto o coronavírus está fazendo a China diminuir suas importações de petróleo, a Petrobrás está em busca de novos mercados consumidores. A Índia é uma das nações que está no radar de oportunidades da estatal, conforme disse nesta quinta-feira (20) a diretora de refino e gás natural da empresa, Anelise Lara (foto). A executiva explicou que o petróleo do pré-sal tem uma boa aceitação no mercado internacional, pelo fato de possuir baixo teor de enxofre.
“O petróleo brasileiro é muito bem aceito nos Estados Unidos e Europa. Estamos em busca de novos mercados, como a Índia. Temos contato com empresas de petróleo na Índia que estão interessadas nesse óleo de baixo teor de enxofre”, revelou a diretora, durante entrevista coletiva na sede da empresa, no Rio de Janeiro.
Apesar do impacto do coronavírus nas importações feitas pela China, a Petrobrás continua colocando o país asiático com um dos seus clientes mais estratégicos. “A exportação para a China vai continuar forte. Pode haver reduções de demandas pontuais. A China reduziu em 3 milhões de barris por dia [a importação] em função da crise do coronavírus”, contou Anelise.
Enquanto isso, o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, acredita que o choque do coronavírus tenha efeitos mais incisivos no primeiro trimestre do ano e, nos meses seguintes, vá diminuindo de intensidade. “O que se espera é que esse choque dure um trimestre. E que ele arrefeça na medida em que, naturalmente, como se observa nessas crises, o numero de casos vá decrescendo até se reduzir significativamente”, projetou. “Nesse trimestre, a China e a economia mundial sofrem. No próximo trimestre haverá uma reacomodação e no terceiro trimestre haverá recuperação em relação aos níveis anteriores”, completou Castello Branco.
O presidente reforçou que a China sempre será um mercado importante para a Petrobrás. E ainda disse que, pelo menos até agora, a companhia não teve redução no volume de suas exportações, mesmo com a crise provocada pelo coronavírus. “Janeiro foi um mês recorde de exportação e em fevereiro não houve nenhuma mudança significativa”, concluiu. O executivo reconhece, no entanto, que no balanço do primeiro trimestre, a Petrobrás deverá sentir algum efeito em seu volume de exportações e lembrou que o surto do vírus não afetou as quantidades de vendas, mas teve efeito nos preços.
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