PETROBRÁS DARÁ EXPLICAÇÕES AOS SEUS INVESTIDORES NESTA SEGUNDA-FEIRA
A expectativa desta segunda-feira é a mesma de um telespectador de novelas ansioso em ver as cenas dos próximos capítulos. A diferença é que a novela dos escândalos da Petrobrás não dá sinais de estar próxima do fim. E, ao que parece, nem terá um final feliz. Só parece. No capítulo desta segunda-feira (16), a presidente Graça Foster terá que explicar aos investidores da Petrobrás as razões de todos os resultados financeiros da companhia. Terá lances emocionantes. E dramáticos também. Logo depois, Foster deverá estar ao lado de todos os diretores, mostrando que tem apoio, numa entrevista coletiva que dará à imprensa.
Aos jornalistas, as coisas podem até ser mais leves. Mas aos investidores, haverá muito o que explicar tecnicamente. O que falar dos resultados aos que estão com seu dinheiro no fogo? Como explicar que ninguém na companhia e nem nas auditorias pôde ver, perceber, que os resultados que poderiam ser melhores, estavam muito aquém dos investimentos? E, pior, como não desconfiar do desvios de bilhões da empresa para abastecer uma trama desonesta?
A Petrobrás está diante de um expurgo e de um dilema. Ela, para cumprir as suas tradições, terá obrigatoriamente que afastar todas as empresas envolvidas no escândalo. Mas, se tirar essas empresas, quem no Brasil terá competência para fazer as obras? Empresas estrangeiras? Capacidade financeira certamente elas terão. Mas reunirão critérios para atender às novas exigências da estatal no seio de suas obras? Ou elas serão tratadas de outra maneira do que tem sido feito com as empresas brasileiras?
De Brisbane, na Austrália, numa entrevista aos jornalistas, a presidente Dilma Rousseff manda um sinal verde: “Não devemos demonizar as empresas”. É o sinal para que elas possam continuar as suas atividades no Brasil. A flexibilização para essas empresas, embora estejam envolvidas nos escândalos, de certa forma é o reconhecimento que são também vítimas achacadas por esquemas corruptores. Ou participam do esquema ou ficam de fora, comprometendo milhares de empregos de brasileiros. A declaração de Rousseff abre esta porta. Mas isso acontecerá? Serão as cenas dos próximos capítulos.
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