PETROBRÁS E O CENTRO DE TECNOLOGIA DO EXÉRCITO DESENVOLVEM PESQUISA INÉDITA SOBRE FIBRA DE CARBONO A PARTIR DO PICHE
A Petrobrás e o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) estão desenvolvendo uma tecnologia inédita de fibra de carbono, à base de piche de petróleo, que pode ser usada na fabricação de equipamentos para as indústrias automobilística, aeroespacial, de óleo e gás, militar, entre outras. Com investimentos de R$ 30 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Exército Brasileiro prevê ampliar a escala de produção desse material, mais leve e resistente que o aço.
Para a Petrobrás, o projeto é uma oportunidade de transformar o piche, produto residual do processo de refino de petróleo, em materiais de alto valor agregado, segundo afirmou o Diretor de Inovação e Tecnologia da Petrobrás, Juliano Dantas (foto principal): “Além de matéria-prima para geração de combustíveis, o petróleo é um insumo fundamental para o desenvolvimento de produtos avançados para a sociedade, como a fibra de carbono”, disse.
O executivo acrescentou que a “parceria com o CTEx busca gerar demanda mais nobre para um produto de nossas refinarias, uma vez que a comprovação de escalabilidade eficiente pode levar à criação de um parque industrial nacional focado na produção de fibra de carbono, competindo com produtos atualmente importados”.
Por ser mais leve e resistente que o aço, com uma densidade próxima à do plástico, a fibra de carbono pode ser usada na fabricação de equipamentos em que o peso e resistência são determinantes – com aplicação na indústria aeroespacial, automobilística, de defesa, além da engenharia estrutural. O gerente geral do Centro de Pesquisas e Inovação da Petrobrás (Cenpes), Antônio Vicente Castro, disse: “A tecnologia desenvolvida pela parceria Petrobrás e CTEx para obtenção de fibra de carbono a partir do óleo decantado (piche) é uma alternativa às tecnologias de produção à base de outras matérias-primas, como o alcatrão de carvão, por exemplo, que pode apresentar restrições ambientais.”
Desde seu início, em 2003, a parceria da Petrobrás com o Centro Tecnológico do Exército gerou o depósito de três patentes, no Brasil e no exterior, ligadas ao processo de desenvolvimento tecnológico do material. Além disso, a companhia investiu em capacitação de pessoal e na instalação de infraestrutura de ponta no CTEx.
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