PETROBRÁS E TRANSPETRO QUEREM SOLUÇÃO RÁPIDA PARA SITUAÇÃO DO ESTALEIRO ATLÂNTICO SUL
A situação do Estaleiro Atlântico Sul não está nada boa. O impasse que está vivendo pode comprometer até mesmo o programa de recuperação da indústria naval brasileira, já que não consegue realizar os seus contratos com a Transpetro e Petrobrás. A empresa amarga um prejuízo sem precedentes que coloca em dúvidas a sua capacidade de cumprir o que está assinado, atrasando ainda mais a programação de produção e exploração do pré-sal brasileiro. Os sócios do EAS estão vivendo momento de sobrevivência para o negócio. A falta, até agora, de um parceiro técnico que tenha real capacidade de produzir as plataformas e petroleiros encomendados, depois da sápida da Samsung Heavy Industries, é a chave para a saída do probçema. Mas há muita indefinição quanto a entrada de um novo sócio e o tamanho da participação que terá no negócio. Uma das possibilidades é a entrada de japoneses. A Mitsui, associada à IHI, e Mitsubishi, podem ser a alternativa. Dois outros grupos negociam: um estaleiro polonês e outro de origem coreana. O segundo movimento passa pela renegociação do prazo – fixado até 2016 – de entrega dos 22 petroleiros encomendados pela Transpetro em um pacote de R$ 7 bilhões. Apenas o João Cândido, o primeiro de um lote de dez navios tipo Suezmax encomendados por R$ 2,75 bilhões, tem atraso de um ano e meio. Teria que ter sido entregue em setembro de 2010, mas até hoje, depois de sucessivos adiamentos, continua no estaleiro. Comenta-se que poderá ser entregue no fim de abril. Estimativas de mercado indicam que o João Cândido não sairá por menos de R$ 350 milhões, aumento de 23% sobre a média do contrato original. A renegociação que o EAS terá que fazer envolve dois pontos básicos: a multa prevista em contrato por atrasos e o encarecimento do financiamento bancário do projeto como consequência da demora na entrega dos navios. No setor, acredita-se que o EAS tem condições de fazer os navios em função da estrutura moderna que montou no complexo industrial de Suape (PE), com uma linha de montagem apta a processar 160 mil toneladas de aço por ano. Com isso, em tese, poderia fazer oito Suezmax por ano, considerando, em média, o uso de 20 mil toneladas por navio. Tem contratos para fazer 14 Suezmax e oito navios do tipo Aframax. Desse total, só quatro estão em construção efetiva. O EAS enfrentou três problemas básicos na avaliação de uma fonte próxima de um dos sócios: instalação simultânea à construção do primeiro navio (uma exigência da Transpetro para conceder o contrato), formação de mão de obra – de 6 mil soldadores treinados, muitos com origem do setor canavieiro, apenas 2 mil mostraram aptidão, levando a uma forte queda na produtividade.
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