PETROBRÁS INVESTE EM AUTOMATIZAÇÃO DE SONDAS DE PERFURAÇÃO E PREVÊ ECONOMIA DE ATÉ US$ 100 MILHÕES POR ANO ATÉ 2030

A Petrobrás pretende economizar até US$ 100 milhões anuais com a automatização parcial de sua frota de sondas de perfuração até 2030. O objetivo é diminuir o tempo médio de perfuração de poços offshore, trazendo benefícios financeiros, de segurança e ambientais. Com a otimização do uso das sondas na perfuração de poços, a automação poderá reduzir, após 2030, cerca de 30 mil toneladas de CO2 por ano. A implementação da automação será realizada de forma gradual e planejada, nos próximos ciclos de contratação. Embora a tecnologia de sistemas autônomos de sonda (perfuração automática) já exista, seu uso no Brasil é limitado e não atende completamente às necessidades da Petrobrás. Para aprimorar as soluções disponíveis, a companhia participa de grupos de pesquisa nacionais e internacionais. Além disso, já está conduzindo um projeto piloto em duas sondas do pré-sal, com previsão de conclusão para o final do primeiro semestre de 2025.

“É como um carro autônomo”, diz o consultor André Fernandes, da Gerência de Poços, área à frente dos estudos. “Em vez de ligar o veículo e assumir o controle, preocupando-se com as leis de trânsito e os obstáculos, o usuário seleciona seu destino e deixa o automóvel realizar as demais funções”, completou. A perfuração automática é realizada através de aplicativos integrados aos diversos equipamentos de perfuração da sonda. Em vez de os colaboradores executarem dezenas de comandos para atividades repetitivas, um único operador inicia uma sequência de comandos e supervisiona o processo. Além disso, é possível implementar machine learning diretamente na construção de poços por meio de uma “porta digital”.

Além de reduzir custos, as sondas automáticas têm o potencial de aumentar a receita ao acelerar o cronograma de produção, embora esse avanço esteja sujeito a variáveis como a construção da unidade produtora e a instalação do layout submarino. A perfuração automática também contribuirá para a segurança, ao minimizar a exposição dos trabalhadores à chamada “red zone”, a área de perfuração com maior risco.

Depois de anos de redução contínua do tempo médio de perfuração de poços, a companhia está verificando ganhos menores dado os limites da atual tecnologia. “A implantação de sistemas autônomos é o caminho do futuro, uma vez que buscamos ganhos mantendo a estrutura, a segurança e o fator de recuperação com amplo potencial de evolução”, concluiu André Fernandes.