PETROBRÁS JÁ ATINGIU 2,5 MIL ADESÕES AO NOVO PLANO DE DEMISSÕES VOLUNTÁRIAS

A redução de gastos está hoje no cerne da Petrobrás e cada vez mais pesa sobre o quadro de funcionários da empresa. Lançado em abril, o novo Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV) já conta com 2,5 mil inscrições válidas, afirmou nesta sexta-feira (13) o diretor de recursos humanos, SMS e serviços da estatal, Hugo Repsold (foto). A previsão é de que entre 8 mil e 10 mil profissionais sejam demitidos por meio do programa, que abrange funcionários de todas as áreas e ficará com inscrições abertas até 31 de agosto.

Além disso, a empresa deverá contar neste ano com novas demissões advindas de antigos planos de desligamento. Segundo Repsold, que participou hoje de uma teleconferência com os demais diretores da companhia, há cerca de 700 pessoas remanescentes de programas mais antigos que deverão deixar seus cargos ao longo dos próximos meses.

Com o corte de funcionários, a Petrobrás espera gerar uma economia de até R$ 33 bilhões nos próximos cinco anos. A empresa afirma ter hoje cerca de 12 mil empregados com condições de se aposentar. Em comunicado emitido no dia 1º de abril, a estatal afirma que o projeto deverá demandar R$ 4,4 bilhões para ser implementado e que foi “desenvolvido com base nas premissas de preservação do efetivo necessário à continuidade operacional da companhia e ajuste de pessoal em todas as áreas”.

CORTE DE INVESTIMENTOS

Mais uma vez, os cortes pesam também sobre a disposição financeira. Os investimentos da empresa para este ano foram reduzidos em 5%, caindo agora de US$ 20 bilhões para US$ 19 bilhões. A informação foi anunciada hoje pela gerente-executiva de relações com investidores da companhia, Isabela Carneiro da Rocha, que reafirmou a meta de desinvestimentos de US$ 14,4 bilhões até dezembro e a expectativa de fechar o ano com um saldo final de caixa de US$ 21 bilhões.

O plano de negócios previa, inicialmente, investimentos de US$ 27 bilhões em 2016. O valor foi revisado para US$ 19 bilhões em outubro do ano passado, mas voltou a subir e foi estimado em US$ 20 bilhões na última revisão, feita em janeiro.

PRÉ-SAL

A Petrobrás vem desenvolvendo novas soluções para ampliar a produtividade de áreas do pré-sal, que deverão superar a faixa de 40 mil barris diários registrada hoje em alguns campos. A expectativa, de acordo com a diretora de E&P Solange Guedes, é de que o programa de exploração da área se torne mais viável a partir do ano que vem, com a entrada em operação de plataformas próprias e uma consequente redução de custos. Ao longo do primeiro trimestre, o custo de extração do pré-sal caiu ainda mais e chegou a US$ 8 por barril de óleo equivalente.

Por outro lado, a estatal prevê uma taxa de declínio produtivo de 12% a 15% nas áreas da Bacia de Campos pelos próximos anos. A perspectiva se alinha com a meta da empresa de renovar áreas da região, como o campo de Marlim, que teve seu contrato estendido recentemente pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e deverá ser reestimulado para retomar uma produção ainda viável.