PETROBRÁS PODERÁ MUDAR NOVAMENTE O FOCO DO POLO GASLUB, INCLUINDO INVESTIMENTO EM PETROQUÍMICA

Uma novela cheia de idas e vindas e com muitas reviravoltas. Assim pode ser definida a história da obra do Polo Gaslub (antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj), em Itaboraí (RJ). Nesta semana, a Petrobrás admitiu que estuda a possibilidade de modificar novamente o escopo do empreendimento, passando a abranger também a produção de produtos petroquímicos de segunda geração.

Para lembrar, inicialmente, a Petrobrás idealizou que o antigo Comperj seria um complexo petroquímico. Lançado em 2006, no final do primeiro governo de Lula, o empreendimento tinha como meta processar cerca de 8% da produção de petróleo do Brasil daquela época. O sonho era tornar o país autossuficiente e exportador de petroquímicos.

Contudo, o projeto foi envolvido em uma série de esquemas de corrupção que foram investigados pela Operação Lava Jato. Em 2020, a Petrobrás mudou o nome do empreendimento para Polo Gaslub e repaginou o conceito do complexo – que passaria a ter uma planta de processamento de combustíveis e lubrificantes, além de uma usina térmica. Agora, sob a gestão de Jean Paul Prates, a ideia é que o projeto possa novamente receber investimentos em petroquímica.

Além disso, a Petrobrás disse que está estudando projetos para expansão da produção de Diesel R – combustível produzido por coprocessamento de diesel mineral com óleo vegetal, que contém uma parcela de diesel verde (HVO, em inglês), podendo variar de 5% (Diesel R5) até 10% (Diesel R10). “Estão sendo estudadas adequações para coprocessamento do Diesel R nas refinarias REGAP (Refinaria Gabriel Passos) e RNEST (Refinaria Abreu e Lima). Também serão avaliadas novas plantas dedicadas para produção do Diesel R100, com matéria-prima 100% sustentável, na RNEST e no Polo Gaslub”, detalhou a empresa.

PETROBRÁS VAI REVER ACORDO COM CADE PARA VENDA DE REFINARIAS

As mudanças no rumo da Petrobrás não param por aí. Ontem (17), durante evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Jean Paul Prates destacou ainda que a ideia é buscar uma nova discussão com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) sobre o programa de venda das refinarias da estatal.

“Nós respeitamos as alegações do CADE, mas temos agora que nos defender, tanto no caso dos combustíveis, que nos obrigaram a vender refinarias, a nosso ver indevidamente, sem a defesa à altura que o caso merecia, como na questão do gás”, afirmou o presidente da Petrobrás.

A estatal também emitiu um comunicado ao mercado, no qual afirmou que buscará “construir em conjunto com o Cade uma solução para conciliar os compromissos assumidos anteriormente com as novas propostas a serem consideradas no planejamento estratégico”.