PETROBRÁS QUER OUVIR COSTA SOBRE PARTICIPAÇÃO DE EX-EXECUTIVOS EM ESQUEMA DE CORRUPÇÃO

A Petrobrás enviou uma série de perguntas à Justiça Federal, para que o ex-diretor Paulo Roberto Costa responda, em relação à participação de outros executivos da estatal que foram apontados como envolvidos no esquema de corrupção sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Nos documentos, a estatal pergunta inclusive sobre as participações do ex-presidente José Sergio Gabrielli, do ex-diretor de Engenharia e Serviços Renato Duque e do ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró, que negam ter envolvimento com atividades irregulares em contratos da petroleira.

Na solicitação, feita pela comissão interna de apuração da Perobrás, há perguntas sobre contratos no Comperj, em Suape e em outras negociações da estatal, como no acordo firmado com a venezuelana PDVSA. A lista de 23 perguntas faz uma série de questionamentos no intuito de levantar mais informações sobre as revelações feitas por Costa e sobre o alcance do esquema apontado por ele.

O texto vem com o selo de confidencial e pede que as respostas sejam encaminhadas por escrito, de maneira sigilosa.

Em uma das questões, a estatal pergunta se as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) fizeram parte do esquema alvo da Operação Lava Jato e se Costa agiu por conta própria ou recebeu ordens para negociar os acordos que elevaram os custos da refinaria para até US$ 13 bilhões. Além disso, questiona o adiantamento de R$ 200 milhões ao governo de Pernambuco em relação às obras da Rnest.

“Havia alguém da Petrobrás que, conscientemente, participava das supostas práticas ilícitas apontadas por V.Sª auferindo benefícios?”, questiona a petroleira em um dos textos, pedindo ainda que ele apresente documentos que provem as acusações.

As questões indicam ainda que a diretoria de serviços, comandada por Renato Duque na época, foi a responsável pelas 12 licitações da Rnest, e solicitam informações sobre qual foi a participação de Costa e os termos de negociações com as empreiteiras alvos da Lava Jato.