PETROBRÁS REGISTRA PREJUÍZO NO QUARTO TRIMESTRE E MENOR LUCRO ANUAL EM 2024 POR CONTA DA VARIAÇÃO DO CÂMBIO

Uma série de eventos impactou negativamente o resultado financeiro da Petrobras no último trimestre de 2024. A companhia anunciou na noite de hoje (26) um prejuízo de R$ 16,9 bilhões no período. A empresa disse que o resultado reflete principalmente o impacto da desvalorização cambial, alegando ainda que esse é um evento de natureza exclusivamente contábil. Além disso, a petroleira teve ainda maiores provisões, sem efeito caixa, nas despesas operacionais, compensados parcialmente por menor IR/CSLL. Desconsiderando os eventos não recorrentes, a Petrobras teria registrado um lucro de R$ 17,7 bilhões.

Apesar do resultado negativo no último trimestre, a Petrobras encerrou o ano de 2024 com um lucro líquido de R$ 36,6 bilhões. Ainda assim, o valor representa uma queda de 70,6% em relação ao resultado de 2023. A companhia atribuiu o desempenho, principalmente, a um fator contábil que não afeta o caixa: a variação cambial das dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior. Sem os eventos extraordinários, o lucro líquido teria sido de R$ 103,0 bilhões.

Por conta da desvalorização do câmbio final, o resultado financeiro de 2024 foi negativo em R$ 82,5 bilhões. Além disso, houve reconhecimento, no segundo trimestre de 2024, de despesas financeiras associadas à adesão à Transação Tributária. A transação tributária foi positiva para a companhia ao encerrar disputas bilionárias que traziam grande incerteza para o caixa da companhia. A ação da companhia subiu mais de 3% após a divulgação da transação.

“O resultado da Petrobrás em 2024 foi impactado principalmente por um item de natureza contábil: a variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior. São operações financeiras entre empresas do mesmo grupo, que geram efeitos opostos que ao final se equilibram economicamente. Isso porque a variação cambial nestas transações entra no resultado líquido da holding no Brasil e impactou negativamente o lucro de 2024. Ao mesmo tempo, houve impacto positivo direto no patrimônio”, disse o Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo.

Apesar do prejuízo, o executivo avalia que o ano de 2024 foi positivo para a Petrobrás. “De forma consistente, mantivemos uma forte geração de caixa, alcançando US$ 38 bilhões de Fluxo de Caixa Operacional em 2024. Esse resultado demonstra a saúde financeira da companhia e a qualidade de seus ativos, que operam com rentabilidade, gerando recursos para realizar investimentos, remunerar os acionistas e cumprir todas as suas obrigações”.

A Petrobrás acredita que, em 2025, com a entrada de três novos sistemas de produção no ano e aumento esperado de 100 mil barris por dia, nossa expectativa é que teremos resultado ainda mais consistentes.

Em 2024, os investimentos da Petrobrás somaram US$ 16,6 bilhões, um aumento de 31% em relação a 2023. Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelo avanço de grandes projetos no pré-sal, com destaque para os novos sistemas de produção no campo de Búzios e a revitalização do campo de Marlim. O montante investido no ano ficou 15% acima da meta divulgada em agosto de 2024, refletindo, em grande parte, a recuperação do ritmo das atividades no segundo semestre. Esse ajuste compensou o distanciamento observado no início do ano entre a evolução física das operações e a execução financeira, especialmente no cumprimento dos marcos de entrega das cinco UEPs próprias em construção para o campo de Búzios.

Em 31 de dezembro de 2024, a dívida bruta da Petrobrás totalizava US$ 60,3 bilhões, uma redução de 3,8% em relação ao mesmo período de 2023. O prazo médio da dívida passou de 11,38 anos para 12,52 anos, enquanto o custo médio anual subiu de 6,4% para 6,8% no mesmo intervalo.