PETROBRÁS REGISTROU PREJUÍZO DE R$ 2,6 BILHÕES NO SEGUNDO TRIMESTRE DO ANO E REDUZIU PREVISÃO DE INVESTIMENTOS
A Petrobrás amargou um prejuízo de R$ 2,605 bilhões no segundo trimestre do ano, revertendo o lucro de R$ 23,7 bilhões registrado no primeiro trimestre. O resultado divulgado na noite desta quinta-feira (8) foi fortemente influenciado pelo acordo de trabalho de 2023 e pela adesão da companhia à Transação Tributária – acordo com o Ministério da Fazenda que possibilitou o encerramento de relevantes disputas judiciais relacionadas às discussões sobre incidência de tributos sobre remessas ao exterior, envolvendo afretamentos de embarcações ou plataformas e seus respectivos contratos de prestação de serviços. A empresa disse que excluindo esses dois fatores, o lucro líquido teria alcançado R$ 28 bilhões.
Esse foi o primeiro balanço trimestral da companhia a registrar perdas desde 2020. O último prejuízo foi apurado no terceiro trimestre daquele ano, totalizando R$ 1,5 bilhão. O EBITDA Ajustado da companhia atingiu R$ 50 bilhões, uma queda de 17% em relação ao primeiro trimestre, influenciado por menores margens de diesel e gasolina, aumento das importações e de itens não recorrentes, com destaque para os efeitos do acordo de trabalho de 2023 e da adesão à transação tributária.
Em paralelo, a Petrobrás considerou que teve forte geração de caixa no segundo trimestre, registrando Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de R$ 47,2 bilhões, superior ao observado no primeiro trimestre do ano. O FCO é um indicador da capacidade da companhia de gerar recursos a partir de suas operações regulares e é um relevante índice para avaliação do desempenho de uma empresa.
A receita líquida da Petrobrás do segundo trimestre aumentou 4% em relação ao trimestre anterior, refletindo o crescimento de 10% nas receitas de exportação de petróleo, beneficiadas pela valorização do Brent. Já a dívida bruta da companhia apresentou queda de cerca de US$ 2,2 bilhões, o equivalente a 3,6%, em comparação ao trimestre anterior, atingindo US$ 59,6 bilhões. A dívida financeira diminuiu cerca de US$ 1,4 bilhão, o equivalente a 5,1%, para US$ 26,3 bilhões, o menor nível desde 2008.
“Eventos não recorrentes, como o acordo tributário com o Ministério da Fazenda, que trouxe vantagens expressivas para a empresa e para a União, e a marcante volatilidade cambial no período, sem efeito no caixa nem no patrimônio da companhia, impactaram a contabilidade interna da empresa, afetando também o resultado do trimestre. Apresentamos uma relevante geração de caixa, que demonstra o quanto de valor podemos gerar com nossas operações”, disse a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard.
O acordo com a Fazenda, anunciado em junho, encerrou pendências fiscais e tributárias na ordem de R$ 45 bilhões com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal. O valor total que será pago pela Petrobrás com o acordo, considerado o desconto de 65% concedido no edital, é de R$ 19,80 bilhões.
PREVISÃO DE INVESTIMENTOS SOFRE QUEDA
Durante o segundo trimestre, a empresa atingiu um nível de investimento de US$ 3,4 bilhões, o que representa uma alta de 11,5% na comparação com o trimestre anterior, devido principalmente aos grandes projetos do pré-sal. Nos primeiros seis meses do ano, os investimentos totalizaram US$ 6,4 bilhões, representando um aumento de 12,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No segmento de Exploração e Produção, os investimentos totalizaram US$ 2,8 bilhões, 11,9% acima do primeiro trimestre, devido à ampliação dos investimentos na Revitalização de Marlim, na Bacia de Campos, e ao avanço na construção de FPSOs em Búzios, na Bacia de Santos. Os investimentos no 2T24 concentraram-se principalmente: no desenvolvimento da produção do polo pré-sal da Bacia de Santos (US$ 1,5 bilhão); desenvolvimento da produção do pré e pós-sal da Bacia de Campos (US$ 0,7 bilhão); em investimentos exploratórios (US$ 0,2 bilhão).
Apesar do número positivo no segundo trimestre, a projeção de investimento da companhia para 2024 foi revista para um patamar entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões. A previsão anterior era de US$ 15,5 bilhões. A petroleira ponderou, no entanto, que esse novo patamar de investimentos não impactará a curva de produção de petróleo e gás e representa um aumento de 7% a 15% em comparação ao investimento total realizado no ano de 2023.
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