PETROBRÁS SE DEFENDE DE ACUSAÇÕES, MAS DIZ QUE REFINARIA DE PASADENA É “ATIVO NEGOCIÁVEL”

A semana foi intensa no mercado brasileiro depois da divulgação na mídia de que a refinaria de Pasadena tinha sido posta à venda pela Petrobrás. Falou-se em grande prejuízo para a estatal, já que ela recentemente pagou US$ 820 milhões para adquirir os 50% que lhe faltavam no negócio. A companhia, no entanto, enviou nota ao mercado na noite desta quinta, se defendendo das acusações. A estatal afirma ainda que a refinaria é um “ativo negociável, ainda que não haja uma obrigatoriedade nem urgência em se desfazer da mesma”.

A estatal esclarece na nota que comunicava aos acionistas os passos em relação à refinaria desde novembro de 2005, quando assinou um memorando de entendimentos com a Astra Oil Company para atuar em conjunto em Pasadena.

“Em setembro de 2006, a companhia concluiu a aquisição através de sua subsidiária Petrobrás America Inc. (PAI). O valor total pago de US$ 360 milhões inclui US$ 190 milhões por 50% das ações e ainda US$ 170 milhões pelos estoques da refinaria”, afirma a empresa.

A nota surgiu após o jornal Estado de S. Paulo publicar uma matéria afirmando que o negócio daria grandes prejuízos à Petrobrás, já que a refinaria não deve valer nem um décimo do total pago pela empresa, segundo a reportagem. O jornal cita como exemplo a venda da refinaria Trainer nos EUA, em abril deste ano, por US$ 150 milhões, sendo que a unidade teria capacidade para processar 85% mais óleo do que a refinaria de Pasadena. A reportagem diz ainda que a Astra havia adquirido 100% da refinaria por US$ 42,5 milhões, em janeiro de 2005.

A estatal se explica afirmando que teve muitos encargos em função de uma briga judicial com a Austra, além da compra do estoque e de juros. “Finalmente, em junho de 2012, um acordo extrajudicial, que prevê o término de todos os litígios – arbitragem e outras causas judiciais – acrescidos de juros e custos legais pertinentes totalizou US$ 820 milhões”, explica a empresa.

Ao todo, a companhia precisou desembolsar US$ 1,18 bilhão para ter o controle da refinaria e deixa claro que é possível a venda. “O acordo acima mencionado tornou a refinaria um ativo negociável, ainda que não haja uma obrigatoriedade nem urgência em se desfazer da mesma”, declarou. Quando perguntada pelo Petronotícias sobre a venda efetiva, a resposta foi evasiva, nem que sim, nem que não: “A Petrobras está avaliando diversos ativos, incluindo os ativos de refino no exterior”.