PETROBRÁS SE DIZ FOCADA EM FUSÕES PARA AMPLIAR PRESENÇA EM ÉOLICA ONSHORE E EXPLICA A REDUÇÃO NA PREVISÃO DE INVESTIMENTOS
O caminho escolhido pela Petrobrás para ampliar sua presença no mercado de energia eólica offshore será o de fusões e aquisições (M&A). O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Maurício Tolmasquim, afirmou nesta sexta-feira (9) que a petroleira já analisou cinco empresas que possuem plataformas de investimentos na fonte, somando 3 GW de capacidade instalada. A intenção é que a Petrobrás mantenha uma participação de 50% nos negócios, embora esse percentual possa ser negociado.
Tolmasquim, que descreveu os projetos em eólica como “plataformas de investimentos“, detalhou que a companhia apresentou ofertas não vinculantes a potenciais parceiros. No entanto, uma das ofertas foi recusada, e as negociações continuam com as quatro plataformas restantes. Ele observou que a recente melhora nos preços da energia elétrica tornou mais atraente e viável a conclusão de contratos de M&A com parceiros eólicos.
O diretor também declarou que a Petrobrás está avaliando oportunidades “orgânicas” que incluem quatro projetos-piloto e mais dez projetos, entre eles de captura e armazenamento de carbono (CCUS) e hidrogênio.
MUDANÇA NA FORMA DE PAGAMENTOS A FORNECEDORES AJUDOU A REDUZIR PREVISÃO DE INVESTIMENTOS
Além dos resultados financeiros, a Petrobrás anunciou ontem (8) uma revisão na projeção de investimentos para este ano. O valor de US$ 18,5 bilhões previsto anteriormente será reduzido para um montante entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões. A diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da petroleira, Renata Baruzzi, explicou que o principal fator foi o desalinhamento entre o pagamento financeiro por ativos e o progresso físico das obras.
Anteriormente, os recursos eram quitados proporcionalmente ao avanço físico dos empreendimentos. Mas isso mudou: “O que fazemos hoje é que não basta simplesmente avançar fisicamente com a obra; precisamos garantir que determinados marcos acordados em contrato sejam concluídos. Fazemos isso para assegurar que estamos recebendo um produto acabado. No passado, enfrentávamos muitas pendências, mas agora temos certeza de que estamos pagando por algo que realmente está completo. Sem a conclusão desses marcos, não podemos efetuar o pagamento, conforme estipulado no contrato, o que acaba gerando esse certo descasamento”, detalhou.
Renata mencionou também outras razões que justificam a revisão na previsão de investimentos, incluindo o atraso na assinatura dos contratos de afretamento dos FPSOs Sépia II e Atapu II, e a postergação de paradas no refino, especialmente na Rnest, que está passando por obras de ampliação.
Além da enegia eólica onshore, a Petrobras deve, também, investir na energia solar fotovoltáica, em especial no Nordeste, região de excelentes condições para geração de energia elétrica.
Seria adequado a Petrobras se articular com a Agricultura Familiar para criar uma rede de produção de energia solar fotovoltáica, em sistema da Geração Distribuida, com enormes benefícios sociais para a região.