PETROBRÁS SE REÚNE COM O MUBADALA E ESPERA ANUNCIAR RECOMPRA DE PARTICIPAÇÃO NA REFINARIA DE MATARIPE ATÉ JUNHO
Novas mudanças estão a caminho do futuro da Refinaria de Mataripe, a antiga RLAM, na Bahia. Em meio ao feriado de Carnaval, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, participou de uma reunião com o vice-presidente do Grupo Mubadala, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi. Segundo o dirigente da estatal brasileira, a pauta do encontro foi a retomada da participação da Petrobrás na operação da refinaria. Uma nova configuração societária da RLAM poderá ser anunciada até o final deste semestre. Além disso, também foi discutida uma possível união de forças na implantação de um projeto de uma biorrefinaria na Bahia, que produzirá diesel renovável e combustível de aviação sustentável a partir da macaúba, uma árvore nativa brasileira.
“Acertamos que nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após a volta dos feriados de Carnaval com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024. Demais detalhes e andamentos atuais serão mantidos sob confidencialidade até a finalização do processo”, disse Prates, em uma postagem no X (antigo Twitter). Ele declarou ainda que vem tendo conversas com Al Muhairi desde o início do ano passado sobre os investimentos do Fundo Mubadala no Brasil. O presidente da Petrobrás disse ainda que a companhia está trabalhando há meses com os árabes para construir uma parceria que visa recuperar a operação da Refinaria de Mataripe, na Bahia, ao mesmo tempo em que planejam aprimorar juntos o empreendimento de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.
“Waleed também vem a ser Chairman da Waha Capital e membro do Conselho do First Abu Dhabi Bank (FAB), e conversamos também sobre os cenários do setor de petróleo e gás bem como os efeitos da transição energética, seu ritmo realista e seu impacto em empresas estatais tradicionalmente operadoras de hidrocarbonetos”, finalizou Prates.
Essa aproximação entre Petrobrás e Mubadala começou a ganhar corpo em setembro do ano passado. Naquela ocasião, a petroleira anunciou ao mercado que um possível investimento em um projeto de biocombustível em desenvolvimento pelo fundo árabe na Bahia. O Grupo Mubadala Capital está em processo de desenvolvimento de projeto de uma biorrefinaria integrada na Bahia, com foco na produção de diesel renovável e querosene de aviação sustentável.
A construção da biorrefinaria deverá demandar investimentos de R$ 12 bilhões nos próximos 10 anos, visando a produção, a partir de 2026, de 1 bilhão de litros de combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel renovável HVO. Esses produtos serão obtidos a partir principalmente do fruto da macaúba, uma árvore nativa do Brasil conhecida por sua alta produtividade de óleo.
Em dezembro, a Petrobrás também declarou que recebeu uma proposta da Mubadala Capital para uma possível compra de participação acionária na RLAM. Para lembrar, a unidade foi vendida pela petroleira ao fundo árabe em 2021 por cerca de US$ 1,8 bilhão. Uma possível recompra da antiga RLAM já estava no radar do setor há vários meses, tendo em vista que o presidente da Petrobrás já havia confirmado em novembro que a empresa analisava essa possibilidade.
A Refinaria de Mataripe, situada em São Francisco do Conde (BA), possui capacidade de processamento de 333 mil barris por dia, e seus ativos incluem quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais totalizando 669 km de extensão.
ABU DHABI – (Relato próprio): Acabo de sair de reunião com o Deputy Group, Chief Executive Officer de Mubadala Investment Company e presidente do Conselho da Mubadala Capital, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi com quem vimos conversando desde o início do ano passado sobre os… pic.twitter.com/0Jk37UZKhQ
— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) February 13, 2024
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