PETROBRÁS SEGUIRÁ ESPERANDO DECISÃO DO IBAMA PARA EXPLORAR AS RIQUEZAS DA MARGEM EQUATORIAL BRASILEIRA

A Petrobrás está aguardando uma resposta do Ibama para enviar a sonda da estatal de volta para a foz do rio Amazonas, no Amapá. A petroleira pediu autorização para iniciar uma pesquisa sobre exploração de petróleo na região. A informação é do próprio presidente da companhia, Jean Paul Prates, que afirmou hoje (14), em Brasília, que a Petrobrás apresentou ao Ibama uma série de novos elementos e dados técnicos que embasariam o licenciamento para o projeto no local. Mas, apesar disso, o órgão regulador ainda não tem perspectiva de dar uma resposta à solicitação. Na verdade, o Ibama, como diz o ditado, ficou no mato sem cachorro. Baseou a sua decisão em informações e fotos enviadas pela ONG internacional Greenpeace, que foram desmentidas pelo professor Luís Ercílio em uma audiência pública, realizada para discutir o licenciamento da área. Ele liderou os pesquisadores da Universidade do Pará. Essa atuação do Greenpeace também foi denunciada pelo ex-Ministro da Defesa e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo. Na cadeira de Lógica, isso é ensinado como Dilema. Se o Ibama libera a área, vai confirmar que ele não fez estudo nenhum e só aproveitou o que foi dito pelo Greenpeace para negar as pesquisas. Se não libera, vai ter que provar que a pesquisa feita e liderada pela Universidade do Pará é falsa e a do Greenpeace é a verdadeira.

Jean Paul Prates disse que a sonda foi retirada da Foz do Rio Amazonas e que ela está na Bacia de Campos fazendo serviço de curta duração. “Estamos aguardando a resposta do Ibama, mas, como eles não têm prazo, não podemos prever. Eles não têm prazo para reanalisar todos os argumentos novos que fizemos”, afirmou. “Apresentamos mais elementos técnicos, e disponibilizamos mais embarcações de apoio. Assim que o Ibama der algum sinal de licenciamento na Margem Equatorial, regressamos com a sonda”, detalhou.

A Guiana segue explorando petróleo na mesma região

Jean Paul esteve hoje (14) com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, no Palácio do Planalto. Ele negou que os dois tenham discutido esse assunto, mas admitiu, que há uma ansiedade sobre este tema, mas que  não podemos pressionar órgão regulador e ambiental. “Temos que nos adaptar a isso”, afirmou. A bancada do Amapá no Congresso tem exigido uma solução e pressiona o governo. Os parlamentares defendem que é necessário derrubar ou reverter o parecer emitido pelo Ibama que vai contra o projeto de exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas. Entre os argumentos que sustentam a negativa para a licença, o Ibama menciona omissões na previsão dos impactos da atividade em terras indígenas da região do Oiapoque, no Amapá, e incertezas relativas ao plano apresentado pela Petrobrás para atendimento à fauna em caso de algum episódio com derrame de óleo. Enquanto isso, os vizinhos das Guianas, continuam a explorar petróleo, batendo recordes diários de produção, em área contígua à Margem Equatorial brasileira.