A PETROBRÁS RESPONDERÁ TODOS OS QUESTIONAMENTOS DO IBAMA ATÉ O FIM DO MÊS PARA OBTER LICENÇA NA FOZ DO AMAZONAS
Apesar das dificuldades encontradas até aqui para conseguir a licença ambiental para a perfuração de um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, a Petrobrás está otimista e quer fazer novos avanços nesse tema ainda em novembro. De acordo com a diretora de Assuntos Corporativos da companhia, Clarice Coppeti (foto), a ideia é responder a todos os novos questionamentos feitos pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, no final de outubro.
Para lembrar, conforme noticiamos, um parecer técnico do Ibama recomendou negar a licença ambiental para a Petrobrás, além de ter sugerido também o arquivamento do processo. O presidente do instituto, no entanto, preferiu pedir esclarecimentos adicionais à petroleira. Segundo o Ibama, a ideia é a adequação integral do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada da Petrobrás ao Manual de Boas Práticas de Manejo de Fauna Atingida por Óleo, como a presença de veterinários nas embarcações e quantitativo de helicópteros para atendimento de emergências.
Nesta sexta-feira (8), durante uma entrevista coletiva virtual transmitida da sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, a diretora Clarice Coppeti disse que todos esses questionamentos do Ibama serão respondidos até o final deste mês. “Esse é um trabalho intenso. Temos empresas de excelente qualidade, reconhecidas pelo próprio Ibama, que também estão colaborando conosco nessa proposta. As equipes não têm parado de trabalhar e discutir. Acreditamos que, até o final de novembro, conseguiremos responder a todos os questionamentos e detalhes técnicos que a equipe do Ibama nos enviou”, declarou.
A diretora da Petrobrás também detalhou que a construção de uma base de proteção à fauna, no município de Oiapoque (AP), está articulada com um conjunto de embarcações marítimas e fluviais, além de aeronaves e um grupo significativo de profissionais. “Entre esses profissionais, temos biólogos e veterinários que darão assistência e realizarão atendimentos dentro da base. Estamos discutindo intensamente essa iniciativa, não só com nossos técnicos, mas também em conjunto com os técnicos do Ibama. Além disso, estamos trabalhando no alinhamento com os manuais técnicos do Ibama. Toda a proposta da Petrobrás está de acordo com o que é exigido nos manuais do órgão”, afirmou.
Já a diretora de Exploração e Produção da petroleira, Sylvia Anjos, trouxe alguns dos detalhes de preparação do navio-sonda ODN-II, de propriedade da Foresea, que será utilizado na perfuração do poço quando a licença for emitida. Segundo ela, com o aval do Ibama em mãos, será necessário um período de três a quatro meses para preparar a embarcação.
“É muito importante mencionar que, assim que obtivermos a licença, realizaremos todo o processo de retirada do coral-sol da plataforma e da sonda que atualmente está realizando workovers na área de Marlim. Essa limpeza do coral-sol é uma exigência do Ibama. Temos um processo de transferência dos recursos necessários para a área, garantindo que possamos operar adequadamente. Calculamos que, uma vez com a licença em mãos, precisaremos de aproximadamente três a quatro meses para iniciar a perfuração do poço”, detalhou.
Sylvia reforçou que a Foz do Amazonas é uma região já estudada há mais de 10 anos pela Petrobrás, mas que só apenas com a perfuração do poço exploratório será possível descobrir o verdadeiro potencial produtivo dos reservatórios da área. “É uma área promissora, com o potencial para abrigar rochas geradoras equivalentes às encontradas na La Luna, na Venezuela, em termos de idade, além de toda a margem da Guiana, onde ocorreram grandes descobertas. Queremos comprovar se o conhecimento que temos se confirma. No setor de petróleo, as descobertas só ocorrem após a perfuração, independentemente do potencial identificado. Portanto, essa licença é essencial para desvendar o potencial completo dessa área”, concluiu.
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