PETROBRÁS VÊ OPORTUNIDADES NO MERCADO DE FERTILIZANTES BRASILEIRO
A Petrobrás está preocupada com as metas de exploração e produção, mas não deixou de lado o interesse pelo mercado de fertilizantes, que ainda requer grandes importações de ureia e amônia no Brasil. A presidente da companhia, Graça Foster, reafirmou a importância da Unidade de Fertilizantes (UFN) III, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, que deve entrar em operação em dezembro de 2014, além de ressaltar que este segmento tem espaço para mais investimentos.
“Há necessidade de substituição de importações de ureia (o país importa 66% do que consome) e amônia (cuja importação é de 70% da demanda). Temos um grande mercado no Brasil, mesmo considerando a entrada em operação da Unidade”, afirmou.
A planta terá capacidade para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 761.000 toneladas de amônia por ano, sendo que, a maior parte (680 mil toneladas) da amônia será utilizada no processo produtivo de ureia, enquanto o restante (81.000 toneladas) será comercializado.
Além da UFN III, a Petrobrás tem uma série de outros projetos voltados para o mercado de fertilizantes em desenvolvimento. Em março do ano passado, a empresa assinou um protocolo de intenções com a Cemig e com o governo de Minas Gerais para a instalação de uma nova unidade de fertilizantes nitrogenados em Uberaba, onde terá capacidade de produção de 519 mil toneladas por ano de amônia.
O Espírito Santo também deve ganhar uma planta, a UFN IV, em Linhares, que vai abastecer o mercado com 665 mil toneladas por ano de ureia, 684 mil toneladas por ano de metanol, 200 mil toneladas por ano de ácido acético, 25 mil toneladas por ano de ácido fórmico e 30 mil toneladas por ano de melamina. A previsão para a entrada em operação é em dezembro de 2015.
Atualmente a Petrobrás já possui duas fábricas de fertilizantes no país, com capacidade para produção de ureia e de amônia. São elas a FAFEN-BA, em Camaçari, na Bahia, e a FAFEN-SE, em Laranjeiras, no Sergipe. Juntas, as duas possuem capacidade de produção de 1.056 toneladas de ureia e um excedente comercializável de 255 mil toneladas de amônia.
A presidente Dilma Roussef (foto) já havia incentivado a entrada da empresa no mercado e defendeu a importância dos projetos em discurso realizado em março do ano passado. “Queremos ser autossuficientes em fertilizantes até 2020, mas mais que isso, queremos ser inseridos nesse mercado sendo produtor e exportador. A estratégia é como fizemos com a Petrobrás, hoje, somos uma das maiores reservas mundiais de petróleo. Com fertilizantes, vamos mirar a autossuficiência, pois é um absurdo importar quase 60% e ficar nas mãos das oscilações do mercado”, disse.
Trabalhei no projeto da Petrofértil nos anos 70 e acho que a planta de Araucária, no Paraná, ainda pertence à Petrobras. Portanto, temos 3 fábricas no país, e não 2, como anunciado.