PETROBRÁS VOLTA A NÃO CUMPRIR META DE PRODUÇÃO

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

“Historicamente, a Petrobrás não cumpre suas metas de produção”. Esta frase, taxativa, poderia ter sido dita por um crítico da estatal brasileira, tão fácil de encontrar atualmente, mas não é o caso. Foi pronunciada pela própria presidente da empresa, Graça Foster, há mais de dois anos, no anúncio do primeiro plano de negócios desenvolvido sob seu comando, quando se apresentou como um perfil técnico, que pretendia mudar muitas coisas na companhia. De fato, muitas foram as mudanças nesse período, mas o cumprimento da meta deste ano não foi uma delas. Tão alardeada em propagandas no primeiro semestre, em jornais e em canais de TV, a meta de crescimento da produção para 2014 era de 7,5%, mas agora a companhia já reconhece que não conseguirá cumpri-la.

O novo foco gira entre 5,5% e 6%. As justificativas para essa redução, segundo Formigli, são o atraso na entrega de plataformas próprias e a necessidade de obras a bordo, atrasos nos processos de licenciamento e atrasos na interligação de alguns poços. Ainda assim, ele ressaltou que a situação foi atenuada pelo melhor desempenho dos reservatórios do pré-sal, pelo replanejamento de paradas e pelas melhorias de eficiência operacional.

Na época dessa frase de Graça, ela se amparou em um balanço dos oito planos de negócios anteriores anunciados pela companhia. Inclusive, a frase continuava da seguinte maneira:

“Verificamos que nos oito planos de negócios anteriores não temos cumprido nossa meta de produção. Uma de nossas conclusões é que nosso plano esteja sendo trabalhado em metas ousadas, que se mostraram metas não-realistas ano após ano”, afirmou Foster em junho de 2012, apontando os problemas do passado. Agora, mais de dois anos depois, parece que o plano atual também trouxe metas não-realistas.