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SEACREST PETRÓLEO ENTRA COM PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL MERGULHADA EM DÍVIDA DE R$ 3,3 BILHÕES

Cluster Norte Capixaba, um dos ativos da Seacrest no Brasil

Cluster Norte Capixaba, um dos ativos da Seacrest no Brasil

Um momento difícil para a petroleira independente Seacrest. A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo, reconhecendo dívidas que somam R$ 3,3 bilhões. No documento em que protocola o pedido, a companhia relata que teve de lidar com a queda do preço de petróleo, bem como com o aumento dos custos operacionais. Essa tempestade perfeita acabou impactando em cheio a saúde financeira da empresa.

Em razão de decisões estratégicas equivocadas adotadas naquele momento, o efeito combinado da queda do preço do barril de petróleo, com o incremento de produção abaixo do esperado na campanha de perfuração executada, impactou diretamente na saúde financeira do Grupo Seacrest“, escreve a defesa da companhia no documento encaminhado ao Tribunal de Justiça de São Paulo. O pedido foi feito pelo escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados (TWK).

Para lembrar, a Seacrest se viu ainda em meio a uma disputa com a Petrobrás. A operadora independente apresentou um Pedido de Arbitragem ao Tribunal Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (ICC) contra a estatal brasileira por conta de desentendimento envolvendo os polos Cricaré e Norte Capixaba, comprados pela Seacrest em 2021 e 2023, respectivamente.

Além disso, na esfera judicial, a Seacrest anunciou em janeiro que havia conseguido uma liminar da Justiça do Rio de Janeiro suspendendo a exigibilidade do pagamento de aproximadamente US$ 71 milhões referentes à venda de campos terrestres no Polo Cricaré e Polo Norte Capixaba. No entanto, a decisão liminar que impedia a cobrança foi derrubada no último dia 20.

Em nota publicada em seu site, a Seacrest disse que após avaliar diversas opções estratégicas, o Conselho de Administração determinou que a liquidação provisória em Bermudas é o método mais adequado para fazer valer os direitos da companhia e recuperar o máximo de valor para credores e acionistas. Assim, a empresa solicitou ao Supremo Tribunal de Bermudas a nomeação de representantes da EY como liquidantes provisórios conjuntos, com base na experiência relevante da empresa e seu histórico de sucesso. Além disso, a companhia informou que Denis Chatelan, Martin Bachmann e Rune Olav Pedersen renunciaram ao Conselho de Administração com efeito imediato.

Como noticiamos em meados de janeiro, a Seacrest anunciou, já em meio à crise, que um grupo de credores assumiu o controle da companhia e renomeou novos executivos para assumirem cargos de liderança. Os credores relacionados ao Acordo de Crédito Kraken, que possui um valor total de US$ 300 milhões, emitiram uma notificação de aceleração de todas as dívidas relacionadas ao acordo e imediatamente executaram uma garantia sobre as ações da subsidiária da companhia (Seacrest Petroleo Cricaré Bermuda Limited).

A Companhia está comprometida em recuperar, em nome de seus credores e acionistas, a diferença entre o valor agregado de quaisquer ativos vendidos pelos credores do Kraken ou seus agentes e o valor da dívida garantida pela penhora das ações executadas pelos credores”, explicou a petroleira.

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