PETROLEIROS PARALISARAM REFINARIA GABRIEL PASSOS E SE PREPARAM PARA GREVES EM TODO O PAÍS
O Brasil está pegando fogo. O movimento grevista dos caminhoneiros coincidiu também com manifestações que os petroleiros estavam programando. Ontem (23), uma das primeiras mobilizações dos trabalhadores do setor de petróleo foi realizada na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais. O Petronotícias conversou com um dos diretores do Sindipetro-MG, Felipe Pinheiro (foto), que reafirmou a ideia de colocar em curso um calendário de greve em diversas unidades da Petrobrás pelo País, com novas mobilizações nos próximos dias. “Aqui em Minas, estávamos com a programação de começar com vários atos em todas as bases da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Este foi o primeiro evento de uma série nas próximas semanas”, disse Pinheiro.
O Petronotícias já havia noticiado que os sindicatos dos petroleiros estavam preparando uma mobilização nacional contra a venda de ativos da Petrobrás e o aumento dos preços dos combustíveis. E como o movimento dos caminhoneiros estourou nesta semana, os petroleiros aproveitaram o gancho para levantar ainda mais o debate sobre a alta no preço do diesel e da gasolina. “Era exatamente sobre isso que queríamos discutir. Sobre como o processo da privatização da Petrobrás esta influenciando nos preços. Iniciamos uma série de mobilizações e a adesão foi muito boa, especialmente no setor operacional”, detalhou o diretor do Sindipetro-MG. A entidade afirma ainda que a Petrobrás está mantendo, propositalmente, suas refinarias com baixa capacidade para que os importadores tragam combustíveis mais caros.
A paralisação na Regap durou cerca de oito horas. Trabalhadores de turno e do administrativo cruzaram os braços em ato contra a venda de ativos importantes da estatal. O Sindipetro-MG diz que a mobilização foi um “esquenta” para a greve nacional que está sendo planejada. “Essa política de preços está vinculada a uma estratégia de privatização da Petrobrás”, acusou o também diretor do Sindipetro-MG, Alexandre Finamori. “A Petrobrás tem subido o preço de tal forma que hoje é interessante importar gasolina. Hoje, 40% do consumo interno de derivados no Brasil é importado”, acrescentou.
Os eixos centrais do movimento dos petroleiros são a redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha; a manutenção dos empregos e retomada da produção interna de combustíveis; o fim das importações da gasolina e outros derivados de petróleo e contra as privatizações e desmonte do Sistema Petrobrás.
Todas as refinarias do pais deveriam parar. O presidente banqueiro da Petrobras está destruindo a imagem da empresa com intuito de privatizá-la.