PETROLEIROS SE MOBILIZAM CONTRA O FECHAMENTO DA FÁBRICA DE FERTILIZANTES DA PETROBRÁS E PROMETEM PROTESTO
Mais uma vez, os petroleiros estão mobilizados para um protesto. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) está organizando protestos na manhã desta sexta-feira (17) contra a decisão da atual diretoria da Petrobrás de desativar a Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR). A paralisação da planta vai provocar a demissão de cerca de 1.000 pessoas (396 segundo a Petrobrás) que atuam na unidade, além de empregos indiretos e dos impactos na economia local. Segundo a FUP, cálculos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep) apontam que somente o município de Araucária, onde está instalada a Ansa/Fafen-PR, vai sofrer impacto negativo de R$ 75 milhões anuais com a demissão dos trabalhadores e a perda de suas rendas. A perda se estende também aos cofres do governo do estado do Paraná, que pode deixar de recolher cerca de R$ 50 milhões em ICMS.
O diretor de Comunicação da FUP, Gerson Castellano (foto), disse que “A Petrobrás alega prejuízo para fechar a Fafen-PR, mas esse prejuízo é apenas contábil. A matéria-prima usada pela unidade é um resíduo que vem da vizinha Repar, que é da Petrobrás. Só que a Fafen paga preço de mercado internacional, não o real custo do insumo. Até 2015 a Fafen dava lucro, mas essa mudança contábil da Petrobrás fez a companhia ter prejuízos.” A maior mobilização será na entrada da Ansa/Fafen, mas também há promessas de manifestações no Edifício da Petrobrás (Ediba) em Salvador (BA); na Refap, em Canoas (RS); na Regap, em Betim (MG); e na Replan, em Paulínia (SP). Ainda estão confirmados atos na Reman (Amazonas), no Polo Guamaré (Rio Grande do Norte), na Refinaria Abreu e Lima e no Terminal de Suape (Pernambuco), no Terminal de Vitória/Tavit (Espírito Santo), na Reduc (Rio de Janeiro) e na Recap (São Paulo).
A Ansa/Fafen-PR responde por quase 40% da produção de ureia do Brasil. A ureia é insumo básico para a produção de fertilizantes. Com o fechamento da unidade, a dependência do Brasil da importação de fertilizantes deverá aumentar. Isso porque a Petrobrás ainda arrendou as Fafens da Bahia e de Sergipe no fim de 2019. Somadas, as três unidades garantem cerca de 30% da produção de insumos para fertilizantes.
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