PETRÓLEO E GÁS REPRESENTAM 55% DOS INVESTIMENTOS DA INDÚSTRIA BRASILEIRA

Os investimentos na cadeia de petróleo e gás representam 55% de todo o montante estimado para a indústria brasileira entre 2011 e 2014, de acordo com dados do BNDES. Os números fizeram parte da palestra do presidente da Abemi, Carlos Maurício de Paula Barros, proferida hoje durante o seminário “Solda, Brasil”, no Rio de Janeiro.

Dos R$ 688 bilhões de investimentos previstos para toda a indústria brasileira no período, R$ 378 bilhões fazem parte da cadeia de óleo e gás, segundo o estudo. Carlos Maurício ressalta que “a indústria de montagem vai ter que se adequar para atender a esse cenário de mudança”, já que, de acordo com os dados, a área de Exploração e Produção representa 60% do montante destinado a óleo e gás, e o conteúdo local nesse segmento é mais baixo.

Apesar do quadro positivo atual, Carlos Maurício lembrou que “na década de 90 as empresas de engenharia industrial foram pelo ralo”, e os gargalos de mão-de-obra atuais são fruto desse período de poucos investimentos em formação e treinamento. “A década passada foi de ajustes”, disse referindo-se aos progressos crescentes desde o ano de 2003, em que foi lançado o Prominp. “Hoje já se veem jovens à frente de empreendimentos, mas não tem como resolver de uma hora para outra. Tem como fazer no médio e longo prazo, caso a gente realmente queira”, enfatizou.

A Abemi foi a responsável pelo gerenciamento do Prominp até o ano passado, e formou cerca de 78 mil profissionais ao longo dos anos em que coordenou o programa, mas o presidente do grupo fez algumas ressalvas sobre o sucesso dos esforços em relação à mão-de-obra. “Qualificamos 4 mil gerentes em MBA, mais de 200 inspetores, mais de 400 operadores de processo de engenharia, mas grande parte do operariado não tinha experiência pregressa. Tivemos dificuldades, porque muitos não tinham condição de entender o português básico nem a aritmética básica, então começamos por aí”.

A nova intenção da Abemi agora, depois que a coordenação do Prominp passou para a Abimaq, é fazer a capacitação de pessoas que já tenham alguma experiência prévia, com foco em engenharia de projetos, construção e montagem, e métricas de engenharia.

O presidente da associação não quis entrar na discussão sobre o que deve ser feito no setor, que segundo ele é um assunto já debatido demais e o “diagnóstico” bem conhecido. Para ele o cenário é de grandes expectativas, mas “se continuarmos no diagnóstico, o paciente vai morrer”, disse. Sua apresentação terminou com letras vermelhas garrafais destacando o brado para a plateia: “Vamos à ação!”