PF INICIA OPERAÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO NAS CASAS DE POLÍTICOS ENVOLVIDOS NA LAVA-JATO
As investigações da Operação Lava-Jato começam a atingir em cheio a classe política. Uma nova etapa da operação da Polícia Federal foi deflagrada nesta terça-feira (14), cumprindo 53 mandados de busca e apreensão contra políticos com foro privilegiado envolvidos em inquéritos na Corte. Estão sendo realizadas buscas nas casas, empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos ligados aos investigados no processo, entre os quais se encontra o senador Fernando Collor (PTB). Em Alagoas, a PF foi à casa do ex-presidente e à sede da TV Gazeta, afiliada da Globo e pertencente à família de Collor.
Os mandados da nova fase foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e estão sendo cumpridos no Distrito Federal, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. As buscas, que podem envolver apreensão de bens, têm como objetivo principal evitar a destruição de provas importantes pelos investigados. Essa nova etapa das investigações foi batizada de “Politéia”, em referência a uma cidade ideal, cuja ética se sobrepõe à corrupção, conforme descrita no livro “A República”, de Platão.
Além de Collor, foram alvo das buscas os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE), o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-ministro Mário Negromonte, atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia. A PF foi também à BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, requereu as medidas. Segundo ele, elas “são necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados no âmbito do STF, sendo que algumas se destinaram a garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa e outras a resguardar provas relevantes que poderiam ser destruídas caso não fossem apreendidas”.
Os políticos investigados respondem a crimes como lavagem de dinheiro, fraude a licitação, formação de organização criminosa, corrupção, evasão de divisas, entre outros. Desde o início das acusações, todos os envolvidos negaram ter participado dos esquemas investigados na operação.
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