PGR RECUPERA US$ 54 MILHÕES DESVIADOS DA PETROBRÁS EM CONTRATOS COM A SBM OFFSHORE

Dos bancos suíços aos cofres públicos. Esse vem sendo o resultado das negociações da Operação Lava-Jato com a SBM Offshore, que ao longo deste mês levou à repatriação de US$ 54 milhões desviados em contratos da Petrobrás. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o valor foi desviado por meio da atuação do lobista Julio Faerman, que se comprometeu em seu acordo de delação premiada a devolver as quantias guardadas em bancos da Suíça.

Acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter efetuado pagamentos de cerca de US$ 42 milhões em propinas a ex-funcionários da Petrobrás entre 1997 e 2012, conforme revelou a operação Sangue Negro, a companhia holandesa vem colaborando com os procuradores e reservou US$ 245 milhões em seu balanço para o ressarcimento à estatal.

No início deste mês, a empresa fechou acordo extrajudicial de R$ 500 mil para encerrar as investigações contra o seu diretor-presidente Bruno Chabas e o membro de seu Conselho de Administração, Sietze Hepkema. As negociações, que estabelecem um valor de R$ 250 mil para cada um dos executivos, vinham sendo realizadas desde janeiro e receberam parecer favorável da Justiça. Para a empresa, o acordo foi uma saída mais simples para a questão, que poderia se desdobrar em novos esforços jurídicos.

A recuperação de dinheiro segue em escalada na Lava-Jato, que até o mês de março já totalizava R$ 2,9 bilhões. No curso de dois anos de existência, as investigações apuraram desvios de mais de R$ 6,4 bilhões em propina a ex-diretoras da Petrobrás, com 97 pedidos de cooperação internacional e pedidos de ressarcimento que somam R$ 21,8 bilhões. De acordo com a procuradoria, as perdas da estatal com esquemas ilícitos podem ter atingido um total de R$ 42,8 bilhões.