PINAMAK ESTUDA EXPANDIR ATIVIDADES LOGÍSTICAS NA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
A Pinamak, fundada no final da década de 70, é uma das empresas que está aproveitando as oportunidades geradas com a crise na indústria de petróleo, e assumiu uma série de contratos-tampão recentemente. A diretora comercial da companhia, Adriana Pina, conta que a solidez e a estrutura enxuta da Pinamak ajudaram nesse processo, ampliando sua carteira de clientes em diversas partes do Brasil. A atuação da empresa se estende de Santa Catarina ao Pará, com a base principal em Macaé (RJ), onde possuem um armazém com mais de 30 mil m², e agora estão estudando a ampliação dos serviços logísticos na região Norte do País. A executiva critica a escalada de preços de energia e combustível, que geraram um grande reajuste nos custos gerais, mas ressalta que a companhia tem conseguido manter a competitividade com o foco em gestão. “Agora precisamos ser conservadores e arriscar na medida certa”, afirma.
Como está vendo o momento da indústria de óleo e gás?
O mercado está numa época conturbada e deu uma parada, devido à crise, que é uma crise de credibilidade. Houve um boom há alguns anos, com muita especulação em relação ao pré-sal, o que gerou uma grande ansiedade, mas depois a situação desmoronou. É uma crise de confiança, então os investidores estão preferindo ir muito mais para a Europa, e o setor de óleo e gás especificamente está travado.
Como isso afetou a Pinamak?
A Pinamak não está vivendo essa crise, por conta da seriedade e solidez da empresa, e inclusive estamos batendo recorde de faturamento. Assumimos muitos serviços que eram de outras empresas, por conta de problemas financeiros delas, em contratos tampão, e agora estamos com muitos trabalhos em andamento.
Qual a extensão da atuação da Pinamak hoje?
Operamos bases desde o Pará até Santa Catarina, incluindo vários serviços inhouse para a Petrobrás e para outras grandes empresas, como Halliburton, Schlumberger e SBM, entre outras. Além disso, temos um armazém geral em Macaé, o mais antigo da cidade, com cerca de 30 mil metros quadrados.
Quais os principais serviços em carteira atualmente?
Nossa principal atividade é voltada a serviços onshore e offshore, para terminais e plataformas, sendo que o nosso caro chefe é a movimentação e armazenagem de cargas em geral. Também fazemos operações de abastecimento marítimo, operamos sondas terrestres, operamos plantas de fluidos, fazemos limpezas técnicas industriais, e fornecemos mão de obra administrativa e técnica para todo segmento energético.
O setor logístico tem sido muito afetado pela crise?
Está sendo muito afetado, porque a pressão pelos custos está sendo muito grande, como em todos os segmentos de óleo e gás. Os cursos com combustível e energia, além de encargos, alimentação etc, subiram muito, então os fornecedores estão reajustando seus preços em valores que vão de 20% a 70%, usando essas questões como justificativa. No nosso armazém de Macaé, por exemplo, houve um aumento de 65% com o custo de energia elétrica desde o final de 2014. Nossos clientes lutam o tempo todo pelo preço e nós tempos que ter uma agilidade e uma gestão forte para nos adequarmos a isso, mantendo os preços competitivos.
Qual a estratégia da empresa para lidar com este período mais delicado?
Estamos trabalhando mais, analisando tudo com mais cautela e verificando as oportunidades que surgem da crise. Somos uma empresa de médio porte, com estrutura enxuta, então isso nos beneficia. A empresa já está há quase 40 anos no mercado e sempre mantemos o custo competitivo. Só investimos com segurança, dando um passo de cada vez.
Neste momento, como está sendo isso?
A política agora é sob demanda, porque o mercado está num momento muito instável. Estamos esperando a indústria reconquistar sua credibilidade para haja espaço para mais apostas. Agora precisamos ser conservadores e arriscar na medida certa.
Quais os contratos mais recentes da empresa?
Os contratos mais relevantes que temos hoje são no Pará, com a Alcoa (licitado pela BR), e no Rio de Janeiro, com a BR, para abastecimento, além dos clientes privados do armazém geral de Macaé, que são todos da área de óleo e gás. Também operamos grande parte dos depósitos de supply house (voltados a produtos químicos e equipamentos) e terminais da BR Distribuidora.
O crescimento da Bacia de Santos nos planos da Petrobrás faz a Pinamak pensar em estabelecer uma base na região do Porto de Santos?
A princípio não. Estamos com nosso armazém em Macaé e ele já atende esse eixo Rio-Espírito Santo. Atendemos clientes que não querem ter bases múltiplas e preferem se concentrar em Macaé, para servir tanto à Bacia de Campos, quanto Santos e Espírito Santo. Dificilmente vão contratar mais de uma base em diferentes cidades.
E no Nordeste?
No Nordeste não, mas a gente tem um projeto voltado ao Norte, devido ao mercado carente de lá. Temos atuação em Juruti, no Pará, num contrato com a Alcoa, em parceria com a BR Distribuidora, e vemos que a logística é mais complicada naquela região, que sofre pelas poucas opções e pelo difícil acesso. Então o Norte é mais interessante para nós e estamos mirando tentar colocar alguns alvos lá a partir de 2016. Também tem um polo de serviços muito interessante no Maranhão, onde há a presença de empresas que são nossas clientes no Sudeste.
Qual a expectativa com o ano de 2015?
Vamos fechar o ano bem. Estamos com bastante serviço e demanda, temos preços bastante competitivos e estamos aproveitando essa crise como uma oportunidade. Conseguimos muitos contratos-tampão para substituir empresas que estavam passando por dificuldades e não estavam mais conseguindo operar. Recebemos uma média de 100 convites para licitações por mês na Pinamak, temos 40 itens de cadastros em serviços da Petrobrás (no CRCC), então temos uma gama de especializações que nos proporciona muitos convites. Ainda assim, nos focamos nos que são mais ligados aos nossos objetivos, para darmos um passo de cada vez.
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