POTENCIAL DO BIOGÁS NO BRASIL PODE CHEGAR A 15 BILHÕES DE METROS CÚBICOS POR ANO | Petronotícias




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POTENCIAL DO BIOGÁS NO BRASIL PODE CHEGAR A 15 BILHÕES DE METROS CÚBICOS POR ANO

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) – 

Cicero BleyCom o objetivo de desenvolver o Plano Nacional de Biogás e Biometano, empresas como CI Biogás Itaipu, GEO Energética, Compagás, ECO BioPower, Tradener Energia e Caterpillar fundaram a Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás). De acordo com o presidente da associação, Cícero Bley Jr, o Brasil tem um potencial para produzir até 15 bilhões de metros cúbicos de biogás por ano a partir de resíduos de alimentos e cana-de-açúcar. O Plano Nacional de Biogás e Biometano deverá ser finalizado em maio, antes de seguir para discussão interna no governo.

Como foi formada a Abiogás?

A Abiogás é fruto do amadurecimento do biogás como uma real alternativa energética no Brasil. Como o modelo de desenvolvimento do país está assentado na produção de alimentos e de etanol, o potencial de produção de biogás a partir dos resíduos de alimentos é de 5 bilhões de metros cúbicos por ano. No caso do uso da cana-de-açúcar, esse número fica entre 8 bilhões e 10 bilhões. Mas esse potencial está sendo perdido por falta de instituições permanentes cuidando do biogás e de regulação, o que gera incredibilidade.

Quais são os objetivos da associação?

O maior objetivo é o trabalho conjunto com outras associações para desenvolver o Plano Nacional do Biogás e do Biometano. O plano visa buscar credibilidade em qualidade e regulação de fornecedores e definir fontes geradoras. É preciso definir as condições para o segmento, como o percentual de metano permitido na produção de biogás, a composição do Gás Natural Veicular (GNV), indicadores de qualidade etc.

O plano já está sendo discutido com o governo?

Sim. Temos grande abertura da ANP e do Ministério de Minas e Energia, por meio da diretoria de biocombustíveis, para discutir o projeto. O projeto também interessa ao Ministério da Agricultura, ao Ministério do Meio Ambiente, ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e ao Ministério das Cidades. As propostas ainda estão circulando. Devemos finalizá-las até maio, para, depois, o governo discutir internamente.

Existem metas de produção de biogás estabelecidas no plano?

Dar números agora seria muito estimado, pois, atualmente, o Brasil não aproveita nem 0,5% de seu potencial de produção de biogás. Dois alvos de mercado para serem substituídos são o diesel e a lenha como fonte de energia primária. O biogás pode substituir 10 bilhões de reais de importação de diesel.

Dentre os diferentes tipos de matéria-prima para a produção de biogás, a associação considera que algum seja melhor?

Não há preferência. Todas as fontes de matéria-prima têm potencial para produzir biogás com custo negativo, pois aproveitam dejetos. Por muito tempo, o biogás sofreu preconceito e foi visto como energia de baixa qualidade, mas, com o desenvolvimento do gás de xisto, o mundo está despertando para a necessidade de desenvolver tecnologias para o aproveitamento dos gases na matriz energética.

Já há investimentos previstos no Plano Nacional de Biogás?

O governo tem o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. Os recursos desse programa, no qual o Plano Nacional do Biogás e do Biometano se enquadra 100%, são financiados pelo Banco do Brasil, pela Caixa e por cooperativas de crédito, chegando a 6 bilhões de reais. Também existem projetos de pesquisa e desenvolvimento apoiados pela Aneel, pela ANP e pela Finep, cujo objetivo é fortalecer empresas do segmento dos biocombustíveis.

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