PLANO PARA NOVOS GASODUTOS PREVÊ INVESTIMENTOS DE 8,6 BILHÕES DE REAIS E NOVA FORMA DE CONSTRUÇÃO

Muito esperado pelo mercado, o trecho Guapimirim-Itaboraí (RJ), de apenas 11 quilômetros de extensão e 17,4 milhões de metros cúbicos diários de capacidade de transporte de gás natural, será o primeiro leilão de concessão de um gasoduto no Brasil.  O empreendimento, de R$ 112,3 milhões, faz parte do primeiro Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário (Pemat), para 2013-2022, que prevê investimentos de até R$ 8,6 bilhões. Não houve outro anúncio de projetos porque ainda não há disponibilidade suficiente de gás. Mas a novidade poderá estar  em novo conceito  de se construir esses gasodutos no Brasil. Desta vez os gasodutos poderão ser aparentes (foto). Esse método, muito usado em países desenvolvidos, pode acelerar a construção e influir significativamente no custo de construção, operação e manutenção. São mais baratos cerca de 30 %.

A versão preliminar do Pemat, que ficará em consulta pública,  traz projeções de demanda por gás natural, as previsões de produção e oferta do insumo e um mapeamento da infraestrutura de gasodutos necessária para atender o mercado. A demanda por gás natural no Brasil saltará dos atuais 40,6 milhões de m3 diários para 89,7 milhões de m3, segundo as estimativas. Uma novidade poderá estar  em novo conceito no Brasil de se construir esses gasodutos. Desta vez, com objetivo de baratear e dar mais segurança e veolocidade na construção, os gasodutos poderão ser aparentes. Esse método, muito usado em países desenvolvidos, podem acelerar a construção e influir significativamente no custo de construção, operação e manutenção.

Os futuros leilões de concessões de gasodutos serão feitos nos moldes das licitações de projetos de transmissão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As concorrências para a construção de dutos para o transporte de gás serão organizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás  Natural e Biocombustíveis (ANP). A expectativa no setor é que a licitação ocorra nos próximos meses. O projeto, incluído no plano a pedido da Petrobrás, fará parte do sistema de escoamento de gás natural do pré-sal da Bacia de Santos para o Comperj.

O gasoduto mais importante do plano fica entre a malha integrada do sudeste e a região sul. A ampliação do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) em um trecho de 1.170 quilômetros, entre Campinas (SP) e Canoas (RS), com investimentos de R$ 4,6 bilhões. Essa extensão  tem a vantagem de aproveitar a faixa de passagem do duto existente.

Há também a possibilidade de se criar um novo gasoduto, de Penápolis, em São Paulo, a Canoas, no Rio Grande do Sul, com 1.051 km de extensão e R$ 4,2 bilhões de desembolso. Essa opção requer a criação de um corredor de passagem, o que pode aumentar a sua complexidade.  O gasoduto teria a capacidade para transportar até 8,5 milhões de m3 por dia de gás.

Também estão previstas as interligações entre a Bacia do São Francisco-região metropolitana de Belo Horizonte e malha Sudeste-Vale do Aço (MG). Há também planos para a construção de um gasoduto em sistema isolado, entre os municípios de Santo Antônio dos Lopes (MA) e Barcarena (PA), levando até 4,6 milhões de m3 de gás oriundo de descobertas recentes na Bacia do Parnaíba ao complexo industrial localizado nos arredores de Belém (PA).