POLÍCIA FEDERAL CONCLUI PRISÕES E DEPOIMENTOS DOS ACUSADOS VÃO DITAR NOVOS RUMOS DA OPERAÇÃO LAVA JATO
Foi um dia de tensão em todo o mercado de óleo e gás brasileiro. Muitas das maiores empreiteiras do país amanheceram sob a ação da Operação Lava Jato, que atuou com cerca de 300 policiais federais e 50 funcionários da Receita para o cumprimento de 85 mandados de prisão e de busca e apreensão. O saldo das atividades, realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal, conta com muitos executivos presos. Dentre eles, o ex-diretor de serviços da Petrobrás Renato Duque, o presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, o presidente da UTC, Ricardo Pessôa, o presidente da Iesa, Valdir Lima Carreiro, o diretor de infraestrutura da Galvão Engenharia, Erton Fonseca, o vice-presidente da Mendes Júnior, Sergio Cunha Mendes, o vice-presidente da Engevix, Gerson Almada, o diretor da Iesa Óleo e Gás, Otto Garrido Sparenberg, o presidente da área internacional da OAS, Agenor Franklin Medeiros, os diretores técnicos da Engevix, Carlos Eduardo Strauch e Newton Prado Junior, o executivo Othon Zanoide, diretor-geral de uma subsidiária da Queiroz Galvão, Mateus Coutinho De Sá Oliveira, da OAS, Alexandre Portela Barbosa, Advogado da Construtora OAS, José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS, Ednaldo Alves Da Silva, da UTC, Walmir Pinheiro Santana, da UTC, Carlos Alberto da Costa Silva, da UTC, e Jayme Alves de Oliveira Filho, ligado ao doleiro Alberto Youssef.
Todos os presos vão prestar depoimentos a partir deste sábado (15) em Curitiba, no Paraná, para onde o avião utilizado como escolta na operação rumou após reunir os executivos. Os que não foram encontrados pelos policiais terão 24 horas, contando a partir do horário de expedição dos mandados, para se apresentar. Caso não apareçam, vão ser considerados como foragidos da Justiça. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram efetuados nas empresas Camargo Correa, OAS, Mendes Júnior, Odebrecht, UTC, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Engevix e IESA.
Além dos executivos presos, também foram levadas à sede da Polícia Federal, por conta de mandados de condução coercitiva, o presidente da Engevix, Cristiano Kok, e Marice Corrêa Lima, irmã do Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
O depoimento de Duque é um dos que gera mais tensão nas empresas e no meio político, por conta de sua ligação com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Os que ainda não foram localizados estão automaticamente impedidos de deixar o país e os nomes dos investigados com mandado de prisão preventiva também foram incluídos na lista de alerta vermelho da Interpol.
As empreiteiras eram obrigadas a pagar aos agentes públicos para conseguirem contratos na Petrobrás, como denunciou o ex-diretor Paulo Roberto Costa, que apontou ainda o ex-diretor Renato Duque como interlocutor do PT na estatal. A diretoria de Serviços, comandada por Duque entre 2003 e 2012, repassaria percentuais dos contratos assinados para o partido. A Petrobrás admite que a diretoria coordenada por Duque foi a responsável pelas 12 licitações da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
De acordo com a Polícia Federal, os envolvidos vão responder pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro. Veja abaixo a lista dos mandados de prisão e de condução coercitiva expedidos pela justiça.
Mandado de prisão preventiva
1. Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Correa
2. José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS
3. Agenor Franklin Medeiros, Presidente da Área Internacional da Construtora OAS
4. Sergio Cunha Mendes, Vice-Presidente Executivo da Mendes Júnior
5. Gerson De Mello Almada, Vice Presidente da Engevix Engenharia
6. Erton Medeiros Fonseca, Presidente da Divisão de Engenharia Industrial da empresa Galvão Engenharia
Mandado de prisão temporária (5 dias)
1. João Ricardo Auler, Presidente do Conselho de Administração da Construções e Comércio Camargo Correa
2. Mateus Coutinho De Sá Oliveira, da OAS
3. Alexandre Portela Barbosa, Advogado da Construtora OAS
4. Ednaldo Alves Da Silva, da UTC
5. Carlos Eduardo Strauch Albero, Diretor Técnico da Engevix Engenharia
6. Newton Prado Junior, Diretor Técnico da Engevix Engenharia
7. Dalton dos Santos Avancini, Diretor Presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações
8. Otto Garrido Sparenberg, Diretor de Operações da IESA ÓLEO & GÁS
9. Valdir Lima Carreiro, Presidente da IESA ÓLEO & GÁS
10. Jayme Alves de Oliveira Filho
11. Adarico Negromonte Filho
12. José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS
13. Ricardo Ribeiro Pessoa, Presidente da UTC
14. Walmir Pinheiro Santana, da UTC
15. Carlos Alberto Da Costa Silva, da UTC
16. Othon Zanoide De Moraes Filho, Diretor-geral de desenvolvimento comercial da Vital Engenharia, empresa do Grupo Queiroz Galvão
17. Ildefonso Colares Filho, Diretor-Presidente da Construtora Queiroz Galvão
18. Renato De Souza Duque, ex-diretor de serviços da Petrobrás
19. Fernando Antonio Falcão Soares, vulgo ‘Fernando Baiano’, acusado de ser lobista e operador do PMDB no esquema
Condução coercitiva
1. Edmundo Trujillo, Diretor do Consórcio Nacional Camargo Correa – CNCC
2. Pedro Morollo Junior, da OAS
3. Fernando Augusto Stremel Andrade, da OAS
4. Angelo Alves Mendes, Vice-Presidente da Mendes Júnior
5. Rogerio Cunha De Oliveira, Diretor da Área de Óleo e Gás da Mendes Júnior
6. Flávio Sá Motta Pinheiro, Diretor Administrativo e Financeiro da MENDESPREV – Sociedade Previdenciária, da Mendes Júnior
7. Cristiano Kok, Presidente da Engevix
8. Marice Correa De Lima, da OAS e irmã do Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
9. Luiz Roberto Pereira
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