POLÍCIA FEDERAL CUMPRIU A MAIORIA DOS MANDADOS DA NONA ETAPA DA OPERAÇÃO LAVA-JATO

O dia foi de prisões, buscas e apreensões para a nova fase da Operação Lava-Jato. Apenas três dos mandados não foram cumpridos nessa quinta-feira. Essa etapa da Lava-Jato, denominada “My Way”, tem como foco as diretorias de engenharia e serviços da Petrobrás, e as investigações chegaram até mesmo à BR Distribuidora. Os 11 mandados se referem a operadores de pagamento de propina a funcionários da Petrobrás. Entre eles, João Vaccari Neto (foto), tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), que foi levado para prestar depoimento em São Paulo.

Outros nomes que tiveram a prisão pedida foram Milton Pascowitch, diretor da Ecovix, e Julio Faerman, que foi acusado de realizar o pagamento de propinas a funcionários da estatal no caso SBM. De acordo com a Polícia Federal, 26 empresas, a maioria de fachada, estão envolvidas com as investigações, que se referem aos contratos assinados pelo ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque.

Quem colabora para a investigação é o ex-gerente da Petrobrás Pedro Barusco, que assinou acordo de delação premiada. Barusco afirmou que, entre 2003 e 2013, Vaccari Neto recebeu, em nome do PT, um valor estimado de US$150 milhões a US$ 200 milhões. Ele ainda revelou que Duque pedia cerca de R$ 50 mil em espécie por semana de propina, e continuou a receber as quantias mesmo depois de sair do cargo, em 2012. Barusco confessou o recebimento de propinas de Odebrecht e SBM em contas fora do país desde 1997, no governo FHC. Bancos da Suíça e do Panamá eram os hospedeiros das operações, lideradas por Julio Faerman e Mario Góes.

Ele explicou com detalhes a divisão do valor das propinas. Quando não havia um operador, 60% ia para Duque, enquanto ele ficava com os 40% restantes. Quando um operador participava da negociação, a conta ficava em: 40% para Duque, 30% para o operador e 30% para Barusco.

Segundo o balanço parcial apresentado pela Polícia Federal, todos os mandados expedidos em São Paulo e em Salvador foram cumpridos. Dois do Rio de Janeiro, um de condução coercitiva e outro de prisão preventiva, não foram localizados, e portanto não puderam ser cumpridos. Já em Santa Catarina, apenas um mandado, de prisão temporária, não foi cumprido porque o réu se encontra em viagem, com previsão de volta ao país.