POLÍCIA FEDERAL DO AMAPÁ SEGUE FAZENDO INVESTIGAÇÕES SOBRE A VOLTA DO CONTRABANDO DO MINERAL TORIANITA

A Polícia Federal do Amapá, continua fazendo as investigações sobre o contrabando de um mineral muito precioso: a Torianita. O Petronotícias apurou com a Polícia Federal de Macapá que o Delegado responsável pelo meio ambiente e pelo inquérito que apura o desvio de milhões de dólares em Torianita e ouro, está realizando outras investigações na Bahia. O inquérito está em sigilo, mas sabe-se que estrangeiros e ONGs estão envolvidas nesta questão. O Brasil já perdeu bilhões de dólares e se não continuar apoiando em conjunto com a Polícia Federal, Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Defesa, continuará a perder outros tantos bilhões apenas pelo contrabando de Torianita. Para lembrar, o minério raro, com Urânio e Tório em sua composição, é usado pela indústria nuclear. Seja civil ou militar. Há uma grande mina  às margens de um afluente do Rio Araguari, próximo a  Serra do Navio, no Amapá, a descoberta geológica de garimpeiros e narcotraficantes, segundo as denúncias locais, estão tirando do país uma quantidade significativa desse mineral, que custa uma fortuna. A reserva está localizada no Parque Nacional de Tumucumaque.

O Petronotícias conversou com o Presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães (foto à direita), sobre esse minério. “Quando estudei o tema, conclui que a Torianita parece ser ouro de tolo. Como ele se parece muito com o Coltan (Columbita-Tantalita), que é minério essencial para a indústria eletrônica cujo maior produtor é o Congo, que tem um preço volátil, chegando a valores muito elevado. No passado chegou a custar US$ 400 o quilo do minério. É comercializada ilegalmente como se fosse, mas apenas como se fosse”.

Pelo sim pelo não, o minério ainda é contrabandeado. Não se sabe ainda se a rota desse contrabando do material radioativo  é conhecida pela Polícia Federal. O sigilo das investigações impede a divulgação dos nomes envolvidos.   Os locais dizem que o minério estaria sendo vendido a empresas siderúrgicas do país, misturada à Tantalita, usado como liga, além de ser contrabandeada por barcos e até pequenos aviões, com destino à Guiana francesa, divisa com o Amapá.  A França e a Índia  são os únicos países que tem tecnologia para o enriquecimento do Tório, de onde é extraído o chumbo 206, substância química usada na blindagem de bombas de Nêutron. Os reatores no Brasil usam Urânio  e a INB enriquecem apenas o urânio.

As investigações sobre o contrabando de Torianita foram desencadeadas por agentes do Serviço de Inteligência desde 2002,  mas pelo que se sabe, as ações dos contrabandistas estão voltando agora. Para lembrar, em 2002 a polícia apurou que uma carga do minério radioativo foi encontrado e  era manipulado por crianças. Técnicos da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN do Rio foram deslocados para a área para recolher o material, que foi transferido em latões lacrados em um avião das Força Aérea Brasileira para um laboratório em Poços de Caldas (MG). O mesmo destino teve também quase uma tonelada  de Torionita apreendida em Porto Santana, perto  de Macapá.

O Tório tem elevada densidade, poucas propriedades metálicas e custo relativamente alto. É usado na preparação de fios de Tungstênio e de materiais refratários, mas sua maior utilização, além do campo nuclear, é na tecnologia do magnésio. O Tório 232 é, depois do urânio, o elemento mais importante na indústria nuclear. Calcula-se que as reservas mundiais de Tório põem em disponibilidade uma quantidade de energia superior àquela de todas as reservas juntas de urânio, petróleo e carvão.