POLÍCIA FEDERAL INDICIA CHEVRON, TRANSOCEAN E MAIS 17 PESSOAS

O resultado do inquérito da Polícia Federal sobre o vazamento da Chevron no campo de Frade levou ao indiciamento de 17 pessoas, além da Transocean e da própria operadora do poço. As acusações apontam crimes ambientais e sonegação de informações a autoridades, incluindo entre os acusados o presidente da Chevron no Brasil, George Buck.

De acordo com o delegado da Polícia Federal Fábio Scliar, a Chevron teria consciência dos riscos envolvidos na operação, em função da alta pressão encontrada no poço, mas não deixou de lado a perfuração. O delegado afirma que a falta de cuidado com os riscos de desastre ambiental pode ter sido deliberada.

Os crimes constam tanto em artigos de leis ambientais quanto no código penal, podendo gerar multas às empresas, penas de até 18 anos de prisão aos envolvidos e a suspensão da operação das companhias por até cinco anos no país.

Dentre os agravantes das acusações está o fato de a Chevron ter editado imagens antes de enviá-las à ANP, e a pequena contingência do óleo vazado, estimada em cerca de 120 barris, de um total de 2,5 mil a 3 mil barris derramados no mar. Além do problema com a pressão do poço, as rachaduras do solo na área da perfuração, que deveriam ser detectadas pelo levantamento de dados sísmicos, foram responsáveis pela contínua exsudação de óleo ao longo de muitos dias.

O Ministério Público Federal ainda vai analisar o resultado do inquérito, para decidir se denuncia os envolvidos á justiça ou se pede mais informações à Polícia Federal.