POLÍCIA FEDERAL PRENDE RENATO DUQUE E DEFLAGRA NOVA FASE DA OPERAÇÃO LAVA JATO
É uma sexta-feira que promete grandes emoções. Dias depois da delação premiada do presidente da Toyo Setal, a Operação Lava Jato entra em nova fase. A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira ( 14) o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque. Prendeu também alguns executivos e faz busca e apreensão em pelo menos seis das maiores empreiteiras do País, entre elas Odebrecht, Camargo Correa, OAS, Mendes Junior, Queiroz Galvão e Engevix, o braço financeiro do esquema de corrupção na estatal. São mais de 300 policiais envolvidos nesta operação, que apura a lavagem de dinheiro que pode passar de R$ 10 bilhões.
As empreiteiras era obrigadas a pagar agentes públicos para conseguir contratos na Petrobrás. Duque seria o interlocutor do PT na estatal. A diretoria de Serviços, comandada por ele entre 2003 e 2012, repassaria porcentuais dos contratos assinados para o partido. A Petrobrás admite que a diretoria coordenada por Duque foi a responsável pelas 12 licitações da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Uma das empreiteiras alvo de busca nesta fase é a Camargo Correia. Alguns agentes da Policia Federal foram vistos na sede da empresa nesta manhã em São Paulo.
Não tinha hora pior para a Petrobrás divulgar seu balanço trimestral. Na noite de quinta-feira, a empresa decidiu adiar a divulgação dos seus números para o dia 2 de dezembro. Mas deve ter tido algum acordo com a PriceWaterhouse, responsável pela auditoria, porque durante a madrugada a Petrobrás distribuiu uma nota marcando para segunda-feira a apresentação desses números ao mercado e marcando uma entrevista coletiva da Presidente da Petrobrás. Só não contavam com a operação da Policia Federal desta sexta-feira.
Na sétima fase da operação, a PF decretou o bloqueio de cerca de R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados. Três empresas de um dos operadores do esquema tiveram suas contas bloqueadas. Ao todo, 85 mandados judiciais serão cumpridos, seis deles de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 49 de busca e apreensão. A operação é executada nos Estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, além do Distrito Federal. Entre os mandados de busca, 11 são cumpridos em grandes empresas. De acordo com a Polícia Federal, os envolvidos vão responder pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
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