POLÍCIA FEDERAL QUER OUVIR MAIS DEZ EMPRESAS PARA CONCLUIR PARTE DA OPERAÇÃO LAVA JATO
A Polícia Federal decidiu abrir mais dez inquéritos para investigar contratos entre empresas de engenharia e a Petrobrás. As investigações vão apurar se houve fraudes nos contratos e também qual foi a participação dessas empresas. Os pedidos de abertura desses novos inquéritos foram feitos ma sexta-feira passada (23) e entraram no sistema da Justiça Federal nesta segunda-feira (27). Os inquéritos vão apurar se houve participação em fraudes com as empresas Alusa Engenharia (atual Alumini), Promon Engenharia, Techint Engenharia e Construção, Construtora Andrade Gutierrez, Skanska Brasil, GDK, Schahin Engenharia, MPE, Carioca Engenharia e Setal Engenharia Construções e Perfurações.
O delegado responsável pelo caso levou em conta os depoimentos de Youssef como base para abrir os novos inquéritos. Além disso, também houve análise em diversos documentos, como recibos e comprovantes de depósitos que ligariam essas empresas e outras pessoas investigadas. Deflagrada pela Polícia Federal em março do ano passado, a operação revelou um esquema que pode ter movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões. Ao todo, 20 pessoas foram presas. Alguns envolvidos já se tornaram réus em processos abertos com base nas denúncias.
Entre as empresas citadas, a Setal Engenharia, que atualmente se chama Toyo Setal, fez um acordo de delação premiada com a Justiça Federal. A Andrade Gutierrez é citada nominalmente pelo doleiro Alberto Youssef e por Paulo Roberto Costa, em depoimentos que prestaram à Justiça. O doleiro afirma que a empresa foi uma das que participou do esquema de pagamento de propinas aos funcionários da Petrobrás. Em nota, a empresa disse que ainda não foi notificada oficialmente sobre a abertura do novo inquérito e que, por isso, não vai se manifestar a respeito. No entanto, a Andrade Gutierrez reagiu às acusações de Youssef e Costa:
“A Andrade Gutierrez afirma que todos os contratos com a Petrobrás foram realizados dentro dos processos legais de contratação. E que mantém o cumprimento dos mesmos nos prazos e níveis de qualidade exigidos pela contratante”
Com exceção da Schahin, todas as dez empresas estão na lista de 23 que estão suspensas preventivamente de fazer obras para a Petrobrás. Mas algumas delas já não têm contratos com a estatal e quase todas são credoras por obras realizadas e não pagas, segundo reclamam. Algumas já reclamam diretamente na justiça, como a Alumini, que responsabiliza a Petrobrás por ter entrado em recuperação judicial por não ter conseguido cumprir pagamentos com fornecedores e com seus funcionários por não receber mais de R$ 1,5 bilhão pleiteados por não pagas. A Petrobrás nega que o valor seja este, mas admite que os pleitos não foram quitados porque ainda estão sendo discutidos.
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