POLÍCIA FEDERAL TEM PROVAS DE SUBORNO PAGO PELA ODEBRECHT A RENATO DUQUE

O ex-diretor de Engenharia e Serviços  da Petrobrás, Renato Duque (foto), já deve ter se arrependido de não ter feito delação premiada, que lhe garantiria uma pena menor no processo da Operação Lava Jato que o acusa de desvio de dinheiro da Petrobrás. O aparecimento de um documento do principado de Mônaco liga diretamente o seu nome a um possível suborno pago pela Construtora Odebrecht, apesar da empreiteira ter sempre negado com veemência que tenha participado de qualquer atividade ilícita. O documento mostra dois depósitos que somam o valor de US$ 875 mil, feitos em 2009. Os depósitos foram feitos pela Offshore Construtora International Del Sur S.A, apontada como detentora da conta usada pelo grupo Norberto Odebrecht.

A determinação de bloqueio da conta de Duque em Mônaco registra em uma tabela os depositantes, bem como os bancos de onde vieram os valores. No caso da Construtora Internacional Del Sur, a conta era no Credicorp Bank, em Genebra, na Suíça.

Em mais um  depoimento à Justiça Federal nesta terça-feira (31), o doleiro Alberto Youssef, um dos alvos centrais da Lava Jato, confessou que a Odebrecht pagava propina e apontou a Construtora Internacional Del Sur como offshore usada para remessas ao exterior. Esta empresa já tinha sido apontada na delação premida do ex-gerente de Engenharia da Petrobrás Pedro Barusco – ex-braço direito de Duque no esquema de roubo contra a Petrobrás. Segundo ele, a conta foi usada pela Odebrecht para o repasse de valores para uma conta sua no Credit Corp Bank, de Genebra. Barusco explicou o caminho da propina pago pela Odebrecht via offshore do Panamá. Entre maio e setembro de 2009, o delator indicou que a Odebrecht transferiu US$ 916.697,00 para a conta da Construtora Internacional Del Sur e depois repassou para sua offshore também do Panamá.