POLÍTICOS FAZEM NOVA INVESTIDA CONTRA NUCLEP COM MEDO DE PERDEREM CARGOS APÓS ABALO DO GOVERNO TEMER

Nos dias de hoje, descobrir as formas de atuação dos políticos brasileiros não chega a surpreender. O que estarrece é a persistência e a falta de compromisso com a seriedade. A escolha da nova diretoria da Nuclep é mais um exemplo. Mesmo com o impedimento da justiça, a determinação do Ministério da Ciência e Tecnologia, comandado por Gilberto Kassab, investigado por receber propina da JBS, é colocar uma nova diretoria na maior indústria nuclear brasileira a qualquer custo. Mesmo que não sejam qualificadas e capacitadas para dirigi-la. Com as incertezas da permanência do governo manco depois do escândalo das delações do empresário Joesley Batista e com o presidente Temer tentando subir num Pau de Sebo, o presidente da CNEN e do Conselho da Nuclep, Major-Brigadeiro Roberto Pertusi (foto), convocou uma nova reunião do Conselho de Administração da empresa para a próxima sexta-feira (26) para eleger e dar posse à nova diretoria, passando por cima da decisão da Juíza Rafaela de Freitas Baptista de Oliveira, da Comarca do Município de Itaguaí, onde fica a sede da empresa, no Rio de Janeiro.

Como o Petronotícias vem informando em primeira mão, Siciliano Francisco, engenheiro metalúrgico, é o indicado para ser o novo presidente da companhia, substituindo o experiente Almirante Carlos Seixas, profissional respeitado, ex-Comandante da Base de Submarinos de Mocanguê, no Rio de Janeiro, atual Diretor Administrativo-Financeiro, que está respondendo pela presidência da Nuclep.  Siciliano Francisco é apontado como sendo o responsável pela falência de cinco empresas, que deixaram mais de 200 processos trabalhistas, e estaria sendo investigado por sonegação de impostos. Seu nome foi indicado por políticos de Duque de Caxias. O ex-prefeito Alexandre Cardoso foi apontado como sendo o responsável pela indicação, mas negou e disse que a responsabilidade era do Deputado Alexandre Valle, que também negou.

Luciana Camargo da Silva, indicada pelo Deputado Celso Pansera, também de Caxias, deverá assumir a diretoria administrativa-financeira, e Luiz Renato de Almeida, ex-fiscal do Ministério do Trabalho de Duque de Caxias, indicado pelo Deputado Áureo Ribeiro, poderá assumir a diretoria comercial da empresa. Esses dois nomes foram recusados pela Comissão de Avaliação interna, por desqualificação e capacitação adequadas para dirigir uma indústria nuclear estratégica para o País, por lidar com informações altamente confidenciais a respeito da construção do submarino nuclear da Marinha, operar um porto em Itaguaí, além de fabricar peças de extrema complexidade para a Usina Nuclear Angra 3.