POLO DE CERÂMICA NO INTERIOR DE SÃO PAULO FAZ ACORDO PARA SUBSTITUIR O GÁS NATURAL POR BIOMETANO ATÉ 2025 | Petronotícias




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POLO DE CERÂMICA NO INTERIOR DE SÃO PAULO FAZ ACORDO PARA SUBSTITUIR O GÁS NATURAL POR BIOMETANO ATÉ 2025

ceramicaUm acordo entre os setores cerâmico e sucroenergético prevê a substituição do gás natural pelo biometano como combustível para os fornos das fábricas. Inicialmente, o projeto-piloto contemplará dez plantas consumidoras do polo fabril localizado no entorno de Santa Gertrudes, no interior do estado de São Paulo. Assinaram o documento a Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres); APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool), parceiro tecnológico no projeto; Aspacer (Associação Paulista de Cerâmicas para Revestimento) e Sindiceram (Sindicato das Indústrias de Cerâmica – Criciúma). Há, ainda, participação da empresa Geo Biogás & Tech e do Senai Nacional. O projeto entra de imediato na fase de implementação, com previsão de funcionamento operacional no início de 2025. A princípio, o uso deverá chegar à proporção de 5% do consumo energético das indústrias participantes. Até 2030, a expectativa é de que o volume alcance 50% do consumo do setor em São Paulo, o equivalente a aproximadamente um milhão de metros cúbicos por dia.

À medida que for sendo ampliada a oferta desse combustível processado a partir de resíduos orgânicos das usinas de açúcar e álcool, espera-se que o uso do biometanopolo cerâmco seja implementado nacionalmente no setor, na cadeia e até em outros ramos de atividade, que poderão aderir à jornada de substituição energética. Benjamin Ferreira Neto (foto principal), presidente do Conselho de Administração da Anfacer, explicou que para a indústria de cerâmica, o acordo representa um novo e importante passo na área energética, com ganhos econômicos e ambientais. “O projeto é pioneiro no país, por meio da associação de dois APLs (Arranjo Produtivo Local) e possibilitará a produção e uso em escala do biometano, o chamado Pré-Sal Caipira. Será um enorme ganho na área sustentável, com diminuição da pegada de carbono, além da previsibilidade de preços e maior segurança energética”, declarou.

santa gertrudesNa opinião de Flavio Castellari, diretor-executivo do APLA, o setor cerâmico e a sociedade têm a ganhar com essa transição energética. “A escolha do setor por uma fonte de energia de baixo carbono é um passo importante para o futuro sustentável. A preocupação ambiental, com a saúde da população, a sustentabilidade e a aposta em energias renováveis, é o caminho exemplar que o setor sucroenergético vem trilhando em todo o mundo, e o Brasil já é considerado um modelo de sucesso”, disse. Para o presidente do Conselho Administrativo da Aspacer, Eduardo Fior, o projeto propulsionará o uso do biometano para outros Estados. “Para a indústria paulista, é muito significativo sermos pioneiros nesse projeto, que será o pontapé inicial para sairmos das palavras e irmos para as ações. Acredito que tomará corpo rapidamente e terá uma pujança nacional muito forte”, avaliou.

Para Alessandro Gardemann, CEO da Geo Biogás & Tech, o acordo demarca o movimento da indústria rumo à transição energética para baixo carbono. “O segmento industrial é fundamental para o desenvolvimento desse mercado, e é muito bom ver, cada vez mais, novas empresas aderindo às soluções que agregam valor e descarbonizam sua produção. E a indústria cerâmica sempre foi pioneira eale parceira da transformação energética no nosso país. Ganham o meio ambiente e o consumidor”, afirmou.

Num primeiro momento, por meio da rede já existente de gasodutos, serão injetados 50 mil metros cúbicos diários de biometano nos fornos das empresas, cujo objetivo é contar com um mix de fontes energéticas cada vez mais limpas e renováveis. Nesse sentido, o biometano apresenta grande potencial, até mesmo para suprir 100% da demanda da indústria cerâmica, considerando as elevadas safras de cana e a grande geração de subprodutos do processamento de açúcar e álcool que podem ser convertidos em biogás. Somente em torno da região de Santa Gertrudes são 30 usinas com potencial de fornecimento de 10 milhões a 30 milhões de metros cúbicos por dia. Além da possibilidade de ampliação no volume do biocombustível disponibilizado para a indústria, o acordo permitirá o desenvolvimento de outros usos para o biometano dentro da cadeia produtiva do setor.

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