PPSA APRESENTA PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO PRÉ-SAL PARA A ABEMI
Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –
A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) está buscando mais integração com o mercado de engenharia brasileiro, de olho na demanda de seus projetos para os próximos anos, e, buscando ampliar essa relação, o presidente da estatal, Oswaldo Pedrosa (foto), fez uma apresentação na sede da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi). Nela, o executivo apresentou os planos de desenvolvimento industrial do pré-sal, além de um breve histórico, suas previsões de produção e focos de atuação, assim como uma análise conjuntural.
Pedrosa expôs estimativas da produção de petróleo e gás associado para o período entre 2014 e 2050. De acordo com os dados, o pré-sal alcançará seu pico produtivo em 2027, superando a casa de 4 milhões de barris de óleo por dia (bbl/d). A previsão foi baseada nas informações dos projetos atualmente adotados para os campos e áreas considerados, incluindo reservas em avaliação no campo de Libra, na Cessão Onerosa e em seus excedentes, bem como acordos de individualização que estão em andamento. A produção de gás associado proveniente do pré-sal deve alcançar seu pico no mesmo ano, ficando em 140 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d). Entretanto, parte considerável do gás produzido será reinjetado para aumentar a recuperação de petróleo.
“É muito importante essa proximidade entre a PPSA e a engenharia nacional. Estamos passando por um momento difícil, com diversas empresas fechando e muitas outras diminuindo seu quadro. A vinda do Oswaldo Pedrosa até a Abemi para mostrar o planejamento da exploração do pré-sal até 2050 serve de alento para nós, e contamos que essas projeções se concretizem em projetos e encomendas”, afirmou o presidente da Abemi, Antônio Müller.
Segundo Pedrosa, a queda do preço do petróleo não afeta tanto os custos de desenvolvimento e produção, devido à defasagem na redução de custos e a uma parte considerável dos componentes do custo que não é atrelada ao preço da commodity. Como consequência, há uma maior participação proporcional da recuperação do óleo-custo, acarretando um menor percentual de excedente em óleo.
Dois cenários foram expostos para representar os lucros que a União pode ter com a produção de óleo e gás no pré-sal. O primeiro com custo do barril em US$ 100 e o segundo com valor de US$ 80. Com o barril mais valorizado, a produção de óleo-lucro para a União pode chegar a 700 mil bbl/d, mas se ficar no valor de US$ 80, serão somente 600 mil bbl/d. Na produção de gás, seriam, respectivamente, 25 milhões e 20 milhões de m³/dia nos cenários apresentados.
A previsão feita por tradicionais grupos financeiros como Citi, HSBC, Goldman Sachs, entre outros, aponta uma variação do valor do barril do petróleo de US$ 65 a US$ 96 nos anos de 2015 e 2016, com preço, ao final de 2016, entre US$ 83 e US$ 96.
De acordo com Pedrosa, a volatilidade do preço do petróleo e a situação atual da indústria de petróleo no Brasil geram um impacto conjuntural no desenvolvimento do pré-sal. Diversas empresas se focaram em reduzir custos, melhorar rentabilidade dos projetos de óleo e gás, aumentar sua recuperação dos reservatórios e ampliar a participação do gás associado na geração de caixa.
O presidente da PPSA colocou o Brasil na posição de maior região no mundo para crescimento do mercado de FPSO, com um acelerado avanço da indústria naval nacional, incluindo cerca de 70 FPSOs entrando em operação até 2020. O executivo afirmou ainda que há uma necessidade de políticas públicas voltadas para o setor de óleo e gás, para agregar valor a longo prazo e gerar emprego e renda no país.
O conteúdo local não foi deixado de lado na apresentação, sendo mostrado como um desafio. Para o executivo, o próximo passo a ser dado tem que ser uma maneira de conciliar o desenvolvimento acelerado da produção petrolífera nacional com a capacidade atual de suprimento local de bens e serviços. Para ele, é o momento de se buscar que a cadeia de suprimentos brasileira alcance padrões internacionais e se coloque em posição de competitividade com empresas estrangeiras.
Ao concluir sua apresentação, Pedrosa ressaltou o papel do pré-sal como contribuinte para o desenvolvimento socioeconômico do país, afirmando que nele há uma janela de oportunidade para o desenvolvimento tecnológico no Brasil, podendo gerar um grande avanço da indústria nacional.
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