PREÇO DO PETRÓLEO SÓ DEVERÁ FICAR INSTÁVEL SE A GUERRA NA SÍRIA ENVOLVER PAÍSES GRANDES PRODUTORES NO ORIENTE MÉDIO
A situação política na Síria ainda está sob um barril de pólvora pronto para explodir. A queda de mais um ditador no mundo, Bashar al-Assad, levado e protegido pela Rússia, já estava prevista há muito tempo, desde as primeiras divisões políticas que iniciaram os conflitos internos e uma guerra civil, dividindo o país. Nem naquele momento e nem agora, com o rompimento de um governo para se estabelecer outro de doutrina diferente, mas com o mesmo viés de força bruta, não afetaram a cotação do barril de petróleo, que ainda se mantém estável. A Síria já tinha perdido o seu poder de produção que pudesse afetar o mercado internacional, por isso, a estabilidade. A confusão ainda vai demorar um tempo para se resolver por completo. E o melhor a se fazer é “deixar o trem sair” para se saber quais serão os seus destinos.
Vários grupos rebeldes, dos quais o principal é a Organização pela Libertação do Levante (HTS, na sigla em árabe), ainda não se sabe quem de fato ocupará o poder no país, seja de forma transitória, seja de forma permanente. Os sírios foram às ruas comemorar o fim da ditadura de Assad, um regime caracterizado por violações de direitos humanos e repressão às liberdades. Os curdos, que durante a guerra civil chegaram a conquistar certa autonomia, terão motivos para se preocupar caso o novo governo sírio seja fortemente influenciado pela Turquia de Recep Tayyip Erdoğan, por isso já pediram apoio ao governo Israelense, mandando mensagens de rádios, segundo o The Jerusalem Post. Mas o que o governo israelense fez foi reforçar militarmente as Colinas de Golan, de onde vem grande parte do abastecimento de água de Israel e marca um ponto estratégico de defesa. O Ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que a Síria só caiu depois dos ataques Israel ao Irã, ao Hamas e ao Hezbolah.
Durante toda manhã, o mercado do petróleo se manteve estável e deve continuar, a menos que o conflito envolva militarmente outros países, como a Turquia e o Irã. O país é produtor de azeitona, limão, lima, laranja, cevada e batata. Além disso, destaca-se pela produção de leite caprino. A Síria é detentora de recursos naturais como petróleo, fosfato, mármore, manganês e minério de ferro, o que orienta a sua produção industrial. Apesar dos fortes laços imigratórios, o Brasil e a Síria não têm um comércio de grandes volumes. Os sírios exportaram ao mercado brasileiro US$ 500 mil. No sentido contrário, o principal produto importado pelo Brasil neste ano são sementes de anis, que somam US$ 262,6 mil, seguidas por outras especiarias. Entre janeiro e julho do ano passado, o Brasil importou US$ 2,7 milhões em fosfatos, produto que não foi comprado neste ano nem em 2022.
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