PREÇOS ABUSIVOS DE PASSAGENS AÉREAS PODEM COMPROMETER PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA OTC 2013

Depois de receber algumas mensagens de executivos e empresas que planejam participar da OTC 2013  denunciando os altos valores das passagens aéreas que estão sendo cobrados pela United Airlines, única empresa  a voar direto para Houston, o Petronotícias foi averiguar a veracidade desta informação e confirmou que os preços que estão sendo cobrados podem mesmo ser considerados abusivos, pela diferença daqueles cobrados por outras companhias aéreas e também pela comparação com os preços que eram praticados há um ano.

Na atual situação das empresas do mercado petróleo no Brasil, com o aperto do caixa, este fator pode comprometer a participação de brasileiros na OTC deste ano. Um bilhete da classe econômica chega a custar quase 4 mil reais. Na classe executiva, o valor cobrado é exorbitante: quase 27 mil reais a partir do Rio ou de São Paulo para a cidade de Houston. A United  é a única empresa aérea a ter voos diretos para Houston, cidade sede da OTC. Por isso, bastante procurada por ter esta facilidade. Nenhuma outra empresa faz esta mesma rota em vôos diretos. Possivelmente essa seja a origem de valores tão absurdos. Tecnicamente, nada justifica um aumento de mais de 50% nos preços em relação ao que era cobrado no período da OTC em 2012. O Departamento de Marketing da United foi procurado, mas indicou para falar a assessoria de imprensa que cuida de sua imagem, a HK Strategies, com sede no Rio de Janeiro.  As jornalistas Tatiana Aude e Sabrina Orlov  receberam as solicitações,  mas depois de dois dias não deram nenhuma informação.

A ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil – estranhou o valor dos preços cobrados,  mas diz que  “A companhia (United) é a única a operar porque as demais não tiveram interesse em fazer o trajeto. Caso outra companhia aérea queria operar essa rota, basta solicitar um horário de transporte (HOTRAN) à ANAC. A agência analisa o pedido e autoriza ou não a operação. A respeito do valor dos bilhetes aéreos,  vigora o regime de liberdade tarifária no transporte aéreo público doméstico e internacional de passageiros no Brasil. No transporte doméstico, o regime funciona desde 2001. Antes disso, as empresas eram proibidas de conceder descontos abaixo do preço mínimo determinado pelo antigo Departamento de Aviação Civil. No mercado internacional, a liberdade tarifária começou parcialmente em 2009, mas não pode haver abusos.”