PREOCUPAÇÃO COM AS RESERVAS DA PETROBRÁS CRIA AINDA MAIS EXPECTATIVA PELA LIBERAÇÃO DA MARGEM EQUATORIAL
Depois do anúncio feito pela presidente Magda Chambriard em evento da Firjan, a Petrobrás dá mais detalhes sobre a determinação de revitalizar parte de suas plataformas em descomissionamento, que poderiam assim manter por mais tempo sua vida útil em outros projetos. Para isso, a empresa deve buscar priorizar fornecedores locais. Chambriard, frisou, na ontem (26), durante participação na ROG.e, que fomentar a indústria nacional é benéfico para os negócios da companhia e, ao mesmo tempo, positivo para a economia do país. “Estamos trabalhando para que possamos reformar unidades como as plataformas P-19, P-35, P-47. Isso será importante para a produção da Petrobrás”. Magda explicou que a prospecção em novas fronteiras, como a Margem Equatorial, é fundamental para que o Brasil não volte a depender de importações de petróleo. Estudos apontam que, caso mantenha a sua demanda de petróleo nos patamares atuais e não sejam incorporadas novas reservas, o Brasil corre o risco de se tornar um importador de petróleo já no final da década de 2030. “O Brasil tem 29 bacias sedimentares principais, nós precisamos conhecer essas bacias. Não há indústria petrolífera sem atividade de exploração. Não queremos voltar para a condição de ser um país dependente de importação de petróleo”.
Magda Chambriard recebeu o CEO da Staatsolie, a petroleira estatal do Suriname, Annand Jagesar (foto ao lado da presidente da Petrobrás), para assinatura de memorando de entendimento que visa avaliar oportunidades de cooperação nas áreas de exploração e produção de hidrocarbonetos, captura de carbono, novas fontes de energia, planejamento de resposta a contingências, entre outras áreas. A cooperação com Staatsolie poderá ainda resultar em melhores práticas sustentáveis de óleo e gás. Para lembrar, o Suriname está localizado na Margem Equatorial Sul Americana. Era a chamada Guiana Holandesa. De todas as Guianas, a inglesa é aquele que tem mais petróleo, Suriname do meio e depois, a nossa vizinha, Guiana Francesa.
A complementariedade das fontes fósseis e renováveis no processo de transição energética foi outro ponto analisado por Magda. A executiva frisou que a Petrobrás segue empenhada em reduzir emissões e hoje já produz petróleo com a pegada de carbono inferior à média global. “Na Petrobras, estamos produzindo combustíveis cada vez mais renováveis. Ninguém no mundo tem diesel com 5% de óleo vegetal. A companhia tem uma série de projetos para captura de carbono. Quando olhamos para isso, reafirmamos nosso compromisso com o net zero em 2050. Caso a Petrobras parasse de produzir petróleo hoje, a redução de emissões seria de aproximadamente 2,1%. Mas esse petróleo, que já tem uma pegada menor de carbono que a média global, seria substituído por outro que emitiria muito mais. Isso deixaria o Brasil mais pobre. Por isso, estamos convencidos de continuar nesse ritmo, que não apresenta conflito com a transição energética, e garante emprego e renda para a sociedade.”
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