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PRESIDENTE DA ABDAN AFIRMA QUE ENERGIA NUCLEAR SERÁ O CORAÇÃO DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E COBRA UNIÃO PARA DESTRAVAR PROJETOS

celso-cunha-nt2e2025Em um discurso marcado por tom firme e visão estratégica de futuro, o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha (foto), abriu oficialmente a programação da feira NT2E 2025, no Rio de Janeiro. O dirigente defendeu o papel central da energia nuclear na transição energética global e no fortalecimento da infraestrutura nacional. “ Hoje temos um desafio maior: mostrar que o nuclear não é passado — é o coração pulsante da transição energética. É a espinha dorsal para a expansão dos datacenters no Brasil, que exigem fornecimento estável, constante e limpa de energia. É o suporte confiável para as redes de inteligência artificial que serão o novo motor da economia global“, declarou.

Para Cunha, há avanços importantes em projetos como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e o Laboratório de Geração Nucleoelétrica (LABGENE, o protótipo em terra da propulsão do submarino nuclear brasileiro). Contudo, a preocupação maior ainda está no retrocesso sobre a definição de Angra 3, já que o governo ainda não bateu o martelo sobre a decisão de retomar as obras da usina. O presidente da ABDAN destacou a necessidade de união do setor, criticou entraves institucionais e exaltou o potencial do Brasil como protagonista em tecnologia nuclear.

Leia abaixo o discurso na íntegra:

Obra de Angra 3 ainda aguarda definição por parte do governo

Obra de Angra 3 ainda aguarda definição por parte do governo

Hoje não abrimos apenas mais um evento. Abrimos uma janela para o futuro. Um futuro onde a palavra diversidade não é obstáculo, mas energia bruta de transformação. Vivemos tempos em que sustentabilidade, inteligência artificial, datacenters, resiliência energética e neutralidade de carbono são palavras que definem políticas globais, investimentos bilionários e os rumos da humanidade.

E aqui estamos nós: o setor nuclear, muitas vezes ignorado, mas agora mais relevante do que nunca. O mundo reafirma a importância do nuclear na transição energética como fonte de energia limpa, segura e confiável. É o nuclear. É o que move Angra 1 e 2, é o que impulsiona a pesquisa brasileira, é o que fundamenta a soberania com os projetos da Marinha do submarino a propulsão nuclear.

Projeção sobre o futuro RMB

Projeção sobre o futuro RMB

Também não podemos deixar de citar que alguns projetos estão avançando, por exemplo: o projeto do LABGENE, o RMB, o projeto de fortalecimento dos institutos de pesquisa, e os projetos que visam o uso dos pequenos reatores modulares e dos micro reatores nucleares, entre outros.

É óbvio que nem tudo são flores. O projeto de Angra 3 voltou muitas casas para trás, a implantação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) ainda aguarda a sabatina no Senado, o aumento da produção do combustível nuclear e da mineração de urânio ainda espera pela sua chance, mesmo tendo o Brasil, a 6ª maior reserva de urânio do mundo e ainda, o fornecimento de radioisótopos para o diagnóstico e tratamento do câncer que não conseguimos manter abastecido a necessidade dos brasileiros.

Submarino de propulsão nuclear brasileiro

Submarino de propulsão nuclear brasileiro

Assim, eu me pergunto: como devemos reagir? Como devemos agir perante a tudo aquilo que ainda não deu certo? Qual deve ser o fundamento das nossas ações para que o setor nuclear continue a prosperar? É preciso estar junto. Unir as forças. Hoje temos um desafio maior: mostrar que o nuclear não é passado — é o coração pulsante da transição energética. É a espinha dorsal para a expansão dos datacenters no Brasil, que exigem fornecimento estável, constante e limpa de energia. É o suporte confiável para as redes de inteligência artificial que serão o novo motor da economia global.

É hora de mostrar que o nuclear é tecnologia de ponta, é inovação, é autonomia, é Brasil protagonista.

A NT2E 2025 é prova disso. Ultrapassamos todos os recordes: cerca de 3.000 participantes, mais de 150 palestrantes, mais de 15 países representados, 30 painéis de altíssimo nível, vários minicursos e eventos satélites, e 147 instituições parceiras. Aqui, estamos conectando indústria, governo, academia, startups e mercado internacional. Estamos construindo a base tecnológica para o novo ciclo de crescimento do Brasil — um ciclo onde o nuclear é central.

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Dráusio Lima Atalla
Dráusio Lima Atalla
5 meses atrás

Assim fica difícil, defender a retomada nuclear com base em Angra 3 lembra o presidente francês, Lebrun, defendendo a segurança da França com base na linha Maginot. Os alemães acabaram com a França, tanto quanto Angra 3, alemã, está acabando com nossa indústria nuclear. Novas usinas, nova tecnologia, nova estrutura de capital, novo disco.

Dráusio Lima Atalla
Dráusio Lima Atalla
5 meses atrás

Falar em transição energética num país que só consome um terço da energia que precisa para alcançar um padrão médio de vida é inócuo. A transição precisa ser de um terço para três terços, ou de 2500 KWh/habitante/ano para 7.000 KWh/habitante/ano. Esta é a transição que interessa. Obviamente nuclear precisa ser parte da solução, mas não uma usina, dez, 15, 30 usinas.