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PRESIDENTE DA ABDAN CRITICA O ATIVISMO DO PLANO DO CLIMA DE MARINA SILVA E A FALTA DE PREVISÃO PARA EXPANDIR A ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL

abdEnquanto a COP 30 balança, cheia de problemas, com desistências de mais de 25 países até agora, um corre-corre na organização, preços de hospedagens absurdos que estão afastando estrangeiros, alguns acordos ainda feitos em Paris também estão balançando como biruta de aeroporto. Aqui no Brasil, um exemplo claro é o chamado Plano do Clima, do Ministério de Meio Ambiente ( sempre ele) que repete erros com as térmicas a gás e fecha os olhos para a energia nuclear, a que mais cresce no mundo. Ele foi lançado no mês passado por Marina Silva, mas segue o roteiro dos planos vesgos, que não conseguem enxergar o óbvio, nem com óculos para visão subnormal. Por isso, o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha, é um dos mais críticos deste plano. E não poupa adjetivos em suas observações: “Tem um perfil ativista com questões obviamente equivocadas que não fazem sentido.”

Celso Cunha, um incansável defensor da geração nuclear de energia e toda aplicação que ela tem para o desenvolvimento humano, mostra que os caminhosangra3-300x223 apontados para a transição brasileira desconsideram o papel estratégico da energia nuclear na descarbonização da matriz energética: “Ora, estivemos lá, a nossa participação sempre foi ativa na discussão do plano do do clima. A ABDAN participa dos maiores fóruns brasileiros e internacionais, organizamos eventos para mostrar o que sabemos e que já estamos quase carecas de saber, mas enfrentamos uma má vontade ativista, como este plano do Ministério do Meio Ambiente.”

As poucas referências à energia nuclear no documento, restritas apenas à conclusão da usina nuclear de Angra 3, incomodam.  “O que se fala de barreiras econômicas e sociais, estão completamente desatualizadas.”  O plano foi elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), Empresa de Pesquisa Energética (EPE)  e Aneel, tem o objetivo de mostrar os passos para que o  Brasil cumpra a sua contribuição determinada ao Acordo de Paris,  mas apresenta  um cenário sem a expansão necessária que o país tem para fazer crescer a energia nuclear e todas as suas virtudes  até 2035.

Microrreator nuclear da Rolls Royce

Microrreator nuclear da Rolls Royce

O único compromisso concreto é a realização de um estudo de viabilidade para Angra 3 até 2032. Isto é muito pouco, diz. Todos sabem que a obra está parada com custos de R$ 1 bilhão por ano, chova ou faça sol. Em janeiro, a EPE afirmou que os estudos sobre os impactos ao sistema elétrico da conclusão da usina concluíram que o projeto evitaria gastos de abandono e moderar custos sistêmicos, além de prover segurança energética e confiabilidade para o sistema.

Celso Cunha rebate com veemência os argumentos e aponta que a realidade mundial caminha em sentido oposto, com a expansão de grandes reatores nucleares, e o esforço para tirar do papel os pequenos reatores modulares, a tecnologia que vem sendo adotada por diversos países. “O mundo todo está voltado para a energia nuclear. Investimentos, empregos, garantia de energia firme, novos projetos do SMR sendo aprovados por vários países e no Brasil vemos uma barreira enorme do Plano Clima. Estamos falando de ciclos fechados de combustível. O que torna a fonte praticamente renovável. Não tem mais resíduo,  mas combustível empobrecido que pode ser reciclável.

Os Radiofármacos amplamente usados nos diagnósticos e tratamento de diversos tipos de câncer

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Apesar da força contrária, a ABDAN não vai desistir de lutar. Mesmo com a exclusão da fonte nos documentos preliminares, Celso Cunha garante e se compromete a não desistir. “Quando acreditamos na ideia, lutamos por ela. Eles ainda não fecharam. Nós também não desistimos”. Os documentos do Plano Clima ficarão em consulta até a próxima segunda-feira (18). A ABDAN propôs a inclusão dos SMRs como solução para descarbonização da indústria, especialmente  do setor de óleo e gás.  “A nossa sugestão foi entrar com os SMRs para descarbonizar a indústria, descarbonizar a indústria do petróleo. Isso está acontecendo no mundo de uma forma geral. Já estamos começando um contato com a Petrobrás, para isso.”

A expansão e o uso combinado das duas fontes de energia renovável, precisa atenção do ONS para evitar um apagão

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O presidente da ABDAN alerta para os riscos do sistema elétrico nacional continuar se expandindo baseado majoritariamente em renováveis intermitentes, como solar e eólica: “Temos aí um risco de apagão. Há momentos do dia que você chega a ter mais de 70% de energia renovável sendo injetada no sistema. O risco nesses casos é exponencial. Isso é técnico para quem conhece o assunto. É necessário um planejamento de longo prazo e diversificação real das fontes firmes.  Até 2035 são 10 anos. Em 10 anos você constrói as usinas antigas. Hoje em dia está se construindo em 74 meses. Os chineses estão construindo em 56 meses uma usina de grande porte. A partir de 2030 nós temos os SMRs começando a entrar em escala.

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