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PRESIDENTE DA ABDAN DESTACA A RELEVÂNCIA DA ENERGIA NUCLEAR PARA A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA DURANTE SEMINÁRIO COM COMUNICADORES

Captura de tela 2025-08-25 112426A energia nuclear é considerada um dos pilares da transição energética mundial, mas ainda enfrenta o desafio do desconhecimento de grande parte da sociedade sobre seus benefícios. Para reduzir essa lacuna, a indústria nuclear vem intensificando os esforços de comunicação e ampliando o diálogo com formadores de opinião. Uma das protagonistas desse movimento é a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), que promove nesta segunda-feira (25), no Rio de Janeiro, o seminário Nuclear Communication 2025, reunindo representantes da indústria, jornalistas e políticos para debater estratégias de aprimoramento da comunicação do setor. O presidente da ABDAN, Celso Cunha, ressaltou a importância de reforçar junto à sociedade o papel da energia nuclear na transição energética.

Sem energia nuclear, não haverá transição energética no mundo. Isso não sou eu quem diz, mas a ONU, juntamente com vários países chancelando essa declaração. A transição energética exige um pacto com a sociedade e será realizada ao longo de muitas gerações. Não precisamos de uma fonte brigando com a outra. Precisamos de todas atuando de forma coordenada”, afirmou.

Cunha lembrou que a tecnologia nuclear ainda é cercada de receio por parte da população. Como exemplo, citou pesquisas feitas no início da década atual, que apontaram que o índice de aceitação da fonte nuclear no Brasil era de cerca de 30%. Contudo, um levantamento feito pela Eletronuclear especificamente na região de Angra dos Reis apontou crescimento da aprovação para aproximadamente 76%. Para ele, os números mostram a importância da comunicação com a sociedade.

Captura de tela 2025-08-25 112502O que isso nos diz? Educação, conhecimento, comunicação e participação da população. A comunidade de Angra, incluindo as seis aldeias indígenas da região, participa dos projetos e discute o que acontece. Eles já superaram o medo. O papel da comunicação e dos jornalistas é essencial para que a população entenda a tecnologia”, completou.

Ao falar sobre a matriz elétrica, Cunha afirmou que o avanço das fontes intermitentes, como solar e eólica, trouxe novos desafios. “As leis da física não mudam. O sistema elétrico, com o crescimento de fontes intermitentes como a solar e eólica, estava fadado a cair. E caiu. Isso não significa que devemos demonizar a solar e a eólica. Mas cada uma tem seu tamanho, local e propósito”, disse. Ele também chamou a atenção para a necessidade de avaliar os incentivos fiscais e a participação da cadeia produtiva nacional na fabricação de equipamentos solares, lembrando que a maior parte dos painéis fotovoltaicos vem da China.

Central Nuclear de Angra dos Reis

Central Nuclear de Angra dos Reis

O dirigente da ABDAN também criticou a ideia de que o setor nuclear não deveria discutir novos projetos enquanto Angra 3 não for concluída. Para ele, essa visão representa um entrave artificial ao desenvolvimento da tecnologia no país. “Também me incomoda quando escuto que, enquanto Angra 3 não for resolvida, não podemos falar de outra usina. Isso é uma grande falácia. Vários projetos de solar, eólica, térmicas e hídricas pararam no caminho. Resolver o problema de um projeto específico é uma coisa. Querer demonizar a tecnologia e frear sua entrada na legislação para criar uma reserva de mercado é outra”, ponderou.

Cunha ainda ressaltou que a iniciativa privada já discute o uso dos reatores modulares pequenos (SMRs, na sigla em inglês) como alternativa para o futuro e alertou que o país precisa se antecipar. Caso contrário, afirmou, em uma década não haverá condições de implementar a tecnologia.

Por fim, o presidente da ABDAN destacou o papel dos profissionais de imprensa no processo de esclarecimento da sociedade sobre a energia nuclear. “Os jornalistas, comunicadores e as gerências das empresas de comunicação são fundamentais para que os bilhões de dólares que o Brasil gastou em investimento de pessoas, tecnologia e equipamentos não sejam desperdiçados. Vocês fazem a diferença e continuarão a fazer”, concluiu.

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