PRESIDENTE DA ABDAN DESTACA QUE BRASIL PODE AVANÇAR NA DESCARBONIZAÇÃO COM O USO DE PEQUENOS REATORES MODULARES | Petronotícias





PRESIDENTE DA ABDAN DESTACA QUE BRASIL PODE AVANÇAR NA DESCARBONIZAÇÃO COM O USO DE PEQUENOS REATORES MODULARES

1O Brasil pode avançar bastante na descarbonização de sua matriz energética se investir na tecnologia dos pequenos reatores modulares (SMRs). Essa foi a visão apresentada pelo presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha (foto principal), durante a abertura do evento Nuclear Legacy, em Brasília. Para ele, o país poderá construir esse tipo de reator em parceria com empresas privadas nacionais e internacionais. “Temos a oportunidade de ser um dos grandes fornecedores de combustível para o mundo e produtores de SMRs”, avaliou. Cunha também defendeu uma maior participação da iniciativa privada no abastecimento de radiofármacos no Brasil. Confira abaixo o discurso do presidente da ABDAN e algumas imagens do evento.

Após a COP 26, as declarações feitas pelo mundo de que sem nuclear não haverá descarbonização desencadearam um esforço de lançamento de diversos programas nucleares. Um grupo de 17 países europeus se uniu para lançar um esforço de avanço nos seus programas. Os Estados Unidos voltaram a investir maciçamente em mercado nuclear. A China lançou um programa de 150 reatores, até 2050, para descarbonizar sua matriz energética. 

Imagem do WhatsApp de 2023-11-08 à(s) 11.57.52_20b76968O conflito existente no leste europeu, acentuou a necessidade de investimento em novas usinas nucleares. A desestabilização política do Níger, provocou uma queda na extração do urânio que abastece a França. Os preços do urânio dispararam no mercado internacional. A pressão por soluções para descarbonização da matriz energética mundial aumentou. O Planeta está cobrando o seu preço. Efeitos no clima global se intensificam dia a dia. No Brasil podemos ver as fortes chuvas no sul do país e a seca na Amazônia.

O Brasil tem a sétima maior reserva de urânio do mundo, com um terço do território nacional prospectado, e indicativos de ser a segunda maior reserva com estudos feitos por satélites pelo CPRM que apontaram enormes anomalias em mais de 1/3 do território, o que sustenta essa hipótese. Nosso país tem uma diversidade abundante de possibilidades de fontes energéticas. Passamos por uma transição energética e hoje utilizamos as nossas hidroelétricas para se comportarem como a maior bateria do mundo para fazer frente ao crescimento das fontes solares e eólicas. Contudo, 40% de nossas hidroelétricas têm mais de 40 anos e não foram feitas para suportar estas variações nos eixos dos geradores. Teremos que investir alguns bilhões de dólares nelas além de ter que construir muitos quilômetros de linhas de transmissão para trazer a energia gerada no Nordeste pelas solares e eólicas, o que introduz uma grande externalidade em nossa matriz.

Imagem do WhatsApp de 2023-11-08 à(s) 12.06.06_0c125095Dois fantasmas trazem insegurança a nossa matriz elétrica que é mais de 85% limpa. O primeiro deles é o risco hidrológico que sempre estará nos assombrando e com períodos de ciclos hidrológicos de seca com muito menor intervalo, vide o impacto do fenômeno do El Niño no ano de 2023. O segundo é a segurança elétrica do sistema, que mostrou uma vulnerabilidade durante o apagão ocorrido em 16 de agosto de 2023 e será cada vez maior pela introdução das fontes variáveis no sistema. 

Nós já temos uma matriz elétrica altamente descarbonizada, mas precisamos avançar na descarbonização da matriz energética. Tivemos avanços muito importantes com o uso do álcool no setor de transporte. Precisamos avançar na descarbonização da indústria. Produzir aço verde, alumínio verde etc, o mercado mundial tem uma forte demanda por esse tipo de produto. É nesse contexto que surgem os SMRs. 

Os pequenos reatores modulares romperam antigos dogmas existente no setor nuclear. São produzidos em escala e certificados em fabricas. São reabastecidos em ciclos muito maiores, que chegam a mais de 10 anos. São mais seguros, tem maior fator de carga e com muito menos risco financeiro. Podem produzir hidrogênio, dessalinizar água, produzir calor, além de produzir energia elétrica. Tem maior flexibilidade para acompanhar a curva de carga. Podem produzir energia elétrica em águas ultra profundas. 

Imagem do WhatsApp de 2023-11-08 à(s) 12.04.14_abe8d98fPodemos seguir o exemplo de EUA, Polônia e Estônia, que estão aproveitando a estrutura básica e a parte convencional das térmicas a carvão e substituindo por SMRs. O Brasil, com parcerias com empresas privadas nacionais e internacionais, poderá avançar na produção destes reatores. Através da Nuclep e da INB poderemos garantir a participação neste processo que o mundo iniciou e que já tem cerca de 97 projetos em diversas fases de homologação e construção. Temos a oportunidade de ser um dos grandes fornecedores de combustível para o mundo e produtores de SMRs. Esse é um caminho sem volta.

A medicina nuclear no mundo vem avançando fortemente. O Brasil ainda é muito dependente da importação do molibdênio e tem uma rede de diagnóstico e tratamento do câncer muito centralizada no sudeste do Brasil. A iniciativa do MCTI em construir o RMB, que tem uma previsão de ficar pronto em aproximadamente 6 anos, irá minimizar ainda em muito o problema da importação.

A falta de abastecimento do mercado é algo assustador. A regulação existente é boa, mas os custos são incompatíveis com a realidade. Precisamos avançar com um projeto que  vise tratar os brasileiros a tempo, a final tempo é saúde. É preciso permitir uma participação maior da iniciativa privada no processo e melhorar a rede de logística. Ainda perdemos muito radiofármacos porque temos uma péssima rede de logística. Estamos lidando com materiais de meia vida curta. Isto requer agilidade. Se compararmos o Brasil com a Argentina, nós temos uma população 5 vezes maior e realizamos 5 vezes menos exames na nossa população, ou seja, temos um déficit proporcional de 25 vezes ao compararmos com a Argentina.

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