PRESIDENTE DA ABIMAQ AFIRMA QUE BRASIL PODE VIRAR NOVA VENEZUELA COM A QUEBRA DE CONTEÚDO LOCAL

O Brasil é um país com cerca de 14 milhões de desempregados atualmente, como consequência da grave crise econômica que assola a nação. A situação, que é ruim, pode ficar ainda pior com a quebra de conteúdo local do setor de óleo e gás. Na visão de José Velloso, presidente executivo da Abimaq, o fim da política de conteúdo nacional irá terminar com um triste desfecho: o Brasil será equiparado a países exportadores de petróleo sem uma base industrial, como é o caso da Venezuela, Angola e Nigéria. Segundo o executivo, estes países não utilizaram os investimentos em petróleo e gás para beneficiar o crescimento socioeconômico.

“Queremos ser exportadores de bens primários do tempo do Brasil colônia ou queremos ser um país desenvolvido?“, questionou. “Utilizando bens e serviços importados unicamente para exportar o petróleo cru, nada fica no país. Os resultados dessa exploração remuneram a sociedade com simples royalties, que acabarão no dia em que o negócio petróleo perder sua pujança“, acrescentou Velloso.

O presidente executivo da entidade ainda cita o caso de Noruega e Reino Unido, que apostaram na política de conteúdo local e, atualmente, são grandes exportadoras de máquinas e equipamentos.

Velloso tem um olhar otimista em relação ao futuro, com a previsão de novos leilões de áreas de exploração e produção neste ano. Contudo, assim como em seminário realizado esta semana, ele reafirma que a cada R$ 10 bilhões demandados da indústria brasileira de máquinas e equipamentos, são gerados 282 mil empregos. Ou seja, é primordial o conteúdo local para a criação de novas vagas no País. “Para um investimento de R$ 45 bilhões por ano, somente em máquinas, o potencial chega a mais de um milhão de empregos, que serão gerados de qualquer maneira, aqui ou em outros países“, destacou. “Produtos primários, graças a Deus, temos até sobrando, enquanto cada emprego exportado é uma família brasileira que paga a conta“, concluiu.