PRESIDENTE DA AGÊNCIA ATÔMICA VAI VISITAR A UCRÂNIA PARA INSPECIONAR TODAS AS USINAS NUCLEARES EM RISCO POR CAUSA DA GUERRA

grossO Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, afirma que visitará a Ucrânia, a Rússia e a usina nuclear de Zaporizhzhia nas próximas duas semanas, com o objetivo de apurar os planos de longo prazo para a usina, como qualquer proposta para reiniciar unidades. Grossi, informando pela sexta vez ao Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação na Ucrânia, disse que planeja visitar a usina ocupada, Kiev e Moscou nas próximas duas semanas. Isso lhe permitirá avaliar em primeira mão a situação na fábrica, oito meses após sua última visita: “Embora a usina não tenha sido bombardeada por um tempo considerável, atividades militares significativas continuam na região e às vezes nas proximidades da instalação, com nossa equipe relatando foguetes voando acima perto da usina, colocando assim em risco o físico integridade da planta.”

Também havia preocupações contínuas sobre fontes de alimentação externas. “Já houve oito ocasiões em que o local perdeu toda a energia externa e teve quezapor contar com geradores a diesel de emergência, a última linha de defesa contra um acidente nuclear, para fornecer o resfriamento essencial do reator e do combustível irradiado.” Posteriormente, numa conferência de imprensa, Grossi afirmou que a perda de fornecimento de energia pode ser o resultado de uma ação deliberada, mas muitas vezes não é possível encontrar a razão exata para a perda de fornecimento de energia, pois pode ser o resultado de algo que acontece a centenas de quilómetros de distância.

Durante a sua visita  ele se reunirá com os operadores russos para discutir mais sobre a situação da água de resfriamento na usina – poços foram cavados desde que a destruição da barragem de Kakhovka no ano passado levou ao declínio do sistema anterior de abastecimento de água. A AIEA afirma ainda que, com as unidades paradas, a temperatura da água de resfriamento caiu e foi visto gelo em partes das lagoas. Grossi acrescentou que durante as suas conversações lá tentaria “verificar os seus planos de longo prazo para a central – se vão tentar reiniciar um ou mais reatores, e porquê e como – estas são questões que têm profundas implicações na segurança nuclear”. Ele alertou contra a complacência, dizendo à ONU que “Um acidente nuclear ainda não aconteceu. Isso é verdade. Mas a complacência ainda pode nos levar à tragédia. Isso não deveria acontecer. Devemos fazer tudo ao nosso alcance para minimizar o risco de que isso aconteça. Há uma tendência de estabilização das coisas.  Podemos ter uma boa semana e depois temos um apagão, podemos ter uma boa semana e depois um drone aponta para a planta”.

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