PRESIDENTE DA SBPC DESABAFA E DIZ QUE CORTES DE VERBAS DEIXARAM A CIÊNCIA BRASILEIRA UMA CATÁSTOFRE
O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, não aliviou e classificou como “catastrófica” a situação da ciência brasileira diante das sucessivas quedas no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações desde 2014. A redução ameaça a concessão de bolsas de pesquisa do Capes e CNPq. Segundo ele, se for mantida a quantidade de editais no nível basal, as bolsas do CNPq deverão ir até setembro ou outubro de 2019. Ele falou isso durante o Congresso de Geologia, realizado no Centro de Convenções SulAmerica, no Rio de Janeiro: “A nossa briga agora está no Congresso Nacional para que a lei orçamentária, que até o dia 31 de agosto o governo tem que mandar para o Congresso, a gente faça uma pressão para que esses números aumentem”.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor nos últimos anos, o professor Ildeu Moreira apontou que a pós-graduação cresceu no país durante a mesa redonda que tinha como tema a “Defesa das Instituições Públicas de Geologia e da Ciência Brasileira”, com foco no atual estágio de financiamento e apoio à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Os cortes de recursos para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) foram o destaque da pauta.
O Museu Nacional, que está fazendo 200 anos, também sofre com a falta de investimentos e teve que recorrer a um financiamento coletivo para reabrir a sala dos dinossauros. O diretor do museu, Alexander Kellner, disse que aguarda contrato assinado pela instituição com o BNDES que prevê investimento de R$ 21,7 milhões para o plano de revitalização do prédio histórico, acervo e espaços de exposição. Os diretores do Serviço Geológico do Brasil, José Andriotti, e o diretor técnico do Clube de Engenharia, Artur Obino, também fizeram apresentações, sob a mediação de Fábio Machado, diretor da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG).
A ameaça é grave e pode ficar mais grave ainda, caso vença a eleição para presidente o Bolsonaro ou Alckmin, por exemplo. O primeiro por não ter capacidade de compreender a importância da pesquisa científica para a Nação e o segundo por ser privativista confesso, já tendo declarado ser a favor do fim das universidades públicas, ou seja, o que está ruim pode ficar péssimo, caso o povo faça escolha errada.