PRIMEIRA DIRETORIA DA AUTORIDADE NACIONAL DE SEGURANÇA NUCLEAR É EMPOSSADA DURANTE EVENTO NO RIO

Um novo marco para o setor nuclear brasileiro. A primeira diretoria da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) tomou posse oficialmente nesta sexta-feira (5), durante cerimônia realizada no Centro Cultural FGV, no Rio de Janeiro. Alessandro Facure Neves de Salles Soares será o diretor-geral da autarquia. Já Lorena Pozzo será diretora de instalações radioativas e controle e Ailton Fernando Dias assumirá a diretoria de instalações nucleares e salvaguardas. A ANSN assumirá as funções da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) no monitoramento, regulação e fiscalização da segurança nuclear e a proteção radiológica no país.

O presidente da ABDAN, Celso Cunha, ao lado dos diretores da ANSN: Ailton Dias, Lorena Pozzo e Alessandro Facure

Alessandro Facure iniciou seu discurso ressaltando o marco histórico que representa a presidência da ANSN, enfatizando o compromisso do Estado brasileiro com a proteção da sociedade, a segurança nuclear e radiológica, e a transparência regulatória. Facure destacou que a criação da ANSN atende à indispensável necessidade de separar as funções de promoção da energia nuclear da fiscalização, garantindo uma autoridade independente dedicada exclusivamente a regular, licenciar e fiscalizar todas as atividades que envolvem o uso de radiações ionizantes.

A responsabilidade de regulação e fiscalização da ANSN abrange milhares de instalações, desde hospitais até reatores de potência, incluindo projetos estratégicos como Angra 3, o reator multipropósito brasileiro e depósitos de rejeitos, demandando rigor, competência técnica e estabilidade institucional. Ele assegurou que as decisões serão fundamentadas em ciência, legislação e melhores práticas internacionais, sem espaço para improvisos.

Um pilar central da agenda de Facure é o fortalecimento da ANSN, reconhecendo que o quadro atual de servidores é insuficiente para os desafios presentes e futuros. Para isso, ele anunciou que lutará, em conjunto com o Ministério de Minas e Energia, pelo aumento de recursos, realização de concursos públicos, valorização de carreiras específicas e formação continuada. “Sem pessoas, não há regulação“, enfatizou o diretor da autarquia.

Outro ponto crucial abordado foi a modernização institucional, visando processos ágeis, sistemas digitais confiáveis e governança transparente, com uma forte capacidade de diálogo com a sociedade, pois a confiança pública é tão importante quanto a robustez técnica.

Por fim, Facure ressaltou a vocação internacional da ANSN, reiterando o compromisso do Brasil com o regime global de segurança e não proliferação nuclear, honrando responsabilidades perante a Agência Internacional de Energia Atômica e outros tratados. Ele concluiu reafirmando seu compromisso pessoal com a missão, confiante na construção de uma autoridade forte, respeitada, moderna e à altura dos desafios do país.