UKTI E FIESP ORGANIZAM PRIMEIRA MISSÃO PAULISTA AO REINO UNIDO | Petronotícias




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UKTI E FIESP ORGANIZAM PRIMEIRA MISSÃO PAULISTA AO REINO UNIDO

O UK Trade & Investment (UKTI), que representa o governo britânico na busca de investimentos e novos negócios para o país e tem um escritório baseado no Consulado-Geral do Rio de Janeiro, está organizando junto à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) uma missão de empresários brasileiros ao Reino Unido em busca de parcerias na área de óleo e gás. O gerente de petróleo e gás do UKTI, Renato Cordeiro, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou que essa é a primeira grande missão paulista na área de óleo e gás para a Grã-Bretanha.

Quais negócios o UKTI tem fomentado entre Brasil e Grã-Bretanha?

Nosso papel é fazer a interlocução, apresentar possíveis parceiros, organizar missões de empresários de lá para o Brasil ou daqui para a Grã-Bretanha, entre outras coisas. Este ano tivemos um crescimento no número de brasileiros indo para lá, com a ida à Europe Offshore, em Aberdeen, na Escócia. Levamos três missões para o evento, sendo uma da Fiergs, uma do Sebrae RJ e uma do Sebrae RN, além de alguns representantes da Abimaq. Ao total eram 40 brasileiros no nosso grupo, mais 25 pessoas da Petrobrás que foram nossas convidadas para uma sessão de negócios.

Saiu algum negócio desta missão?

Ainda não tivemos resposta, porque foi muito recente. Mas lá nós fizemos contatos entre empresários, organizamos visitas a empresas, workshops com parceiros, fizemos uma recepção para o Brasil, enfim, surgiram várias reuniões dali. E devemos ter novidades em breve. Mas os negócios vão surgindo aos poucos. No ano passado, depois que fizemos alguns contatos, duas empresas vieram e já estão no mercado brasileiro. A Flexlife fez parcerias com duas companhias locais, assinou um memorando de entendimentos com a Petrobrás Internacional para fornecimento de serviços e está em contato com a estatal para negócios em Macaé. A OMS também se estabeleceu no país e já trabalhou em um projeto da Petrobrás e um da Subsea 7 na área de dutos.

Vocês notaram aumento da procura pelo Brasil recentemente?

Nos últimos três anos houve um aumento das empresas britânicas que queriam vir ao país, principalmente por causa do pré-sal. Os campos do Reino Unido no Mar do Norte estão ficando maduros, a produção está diminuindo e o foco das atividades petroleiras lá é o offshore. Então o país está buscando novos mercados e o Brasil é um foco natural.

Só pelo pré-sal?

Não só. O Brasil hoje é um país visto com confiança pelo resto do mundo, que possui regras claras, uma democracia consolidada e estabilidade econômica. E o Reino Unido tem tecnologias avançadas e muita tradição na exploração de petróleo, sendo que em subsea ainda é o pólo mundial, por conta de Aberdeen, que tem muitas universidades voltadas para a pesquisa na área e uma tradição muito forte. Isso tudo faz com que tanto os britânicos queiram vir, quanto os brasileiros queiram fazer parcerias.

As buscas são maiores por representantes ou as empresas têm aberto escritórios e filiais aqui?

No passado era muito mais voltado para representação, mas de uns dois ou três anos para cá isso tem mudado. Principalmente por causa do conteúdo local, houve um aumento muito grande na vinda de fábricas para o país.

Quais são os elogios e as reclamações dos empresários em relação ao Brasil?

Hoje o país é confiável, respeita os contratos, tem um crescimento forte, e todos estão conscientes do enorme volume de oportunidades que tem surgido aqui. Além disso, a Petrobrás é vista como uma empresa confiável e de muita credibilidade. Já as desvantagens que costumam apontar são as complexidades das leis trabalhistas e a burocracia, que também é muito falada. Inclusive para fazer o cadastramento junto à Petrobrás, que às vezes demora muito, mas quando conseguem acham muito bom. Os impostos também são apontados como complexos, de modo que quando as empresas vêm, elas costumam se cercar de consultores e bons advogados. A mão-de-obra qualificada também está inflacionada, por conta de o mercado estar muito aquecido.

Qual a visão deles sobre as regras de conteúdo local?

Eles acham que é um ponto negativo, porque consideram complicado para entender e para fazer. Para uma empresa de pequeno ou médio porte, construir uma fábrica no Brasil nem sempre é um investimento que ela pode fazer, porque até ela conseguir um contrato, pode demorar de um a dois anos, então vira uma barreira. Para as grandes não, mas para as pequenas e médias é um risco grande a vinda.

Quais são as regiões mais procuradas do Brasil pelos britânicos?

Basicamente Rio de Janeiro e São Paulo. Mas recentemente notamos um aumento para o Rio Grande do Sul. Levamos duas missões do estado para a Grã-Bretanha, então eles estão começando a descobrir o Rio Grande do Sul. Além desses lugares, tem tido um interesse crescente por Suape (em Pernambuco) também. Mas eu vejo que São Paulo está começando a se interessar mais pela área de óleo e gás com o pré-sal na Bacia de Santos. Estamos organizando com a Fiesp uma missão para o Reino Unido, e será a primeira grande missão do estado para lá.

Onde e quando serão as visitas?

A data ainda está sendo definida, mas será no primeiro semestre de 2012. Já definimos uma visita à Aberdeen, na Escócia, e a outra sabemos que será na Inglaterra, mas não acertamos a cidade ainda.

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