PRIMEIRA REUNIÃO ENTRE A AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA E O IRÃ FOI CONSIDERADA POSITIVA

O primeiro encontro entre representantes do governo do Irã e o novo diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Mariano Grossi, em Teerã, foi considerado como “construtivo,” segundo a agência de notícias estatal Irna. Depois da reunião, o chefe da Agência Iraniana para a Energia Nuclear, Ali Akbar Saleh, disse que as conversas de hoje foram construtivas. “Decidimos que a AIEA continuará com seu trabalho profissional e de maneira independente e o Irã continuará a se comportar segundo os seus compromissos”, afirmou. Ainda de acordo com o iraniano, “um novo capítulo de cooperação entre o país e a AIEA estão sendo estabelecidas”, sem dar mais detalhes.

O encontro ocorre em meio à tensão causada pelos Estados Unidos, que tentam ativar um procedimento no Conselho de Segurança da ONU para reimpor as sanções políticas e econômicas contra Teerã por supostas violações do acordo nuclear firmado em 2015. Os europeus que assinaram o pacto – Alemanha, França e Reino Unido, não apoiaram a decisão porque o presidente Donald Trump retirou seu país do acordo nuclear, já que a medida só pode ser ativada por um país participante. Já China e Rússia mantém sua postura de apoio ao Irã.  “Posso garantir que não há interferências na AIEA no que tange à questão nuclear iraniana, mas há pressões e não permitiremos que as pressões tenham um impacto em nossas atividades. Não tenho tendências políticas e as nossas decisões se baseiam em descobertas técnicas. Todavia, há algumas questões que precisam se tornar transparentes”, disse Grossi.

Rafael Grossi, quer que o Irã permita a entrada de seus inspetores nas instalações porque a agência suspeita que ainda podem abrigar material nuclear não declarado ou vestígios dele. “Estamos trabalhando para chegar a um acordo a respeito das atividades de verificação de salvaguarda da @AIEA no Irã”, tuítou Grossi depois de se reunir com Salehi. O Irã insinuou que a agência está pleiteando acesso com base em informações de Israel, o que diz ser inadmissível. Na semana passada, os EUA pressionaram o Conselho de Segurança da ONU a readotar sanções eliminadas graças ao pacto nuclear de 2015 entre o Irã e potências mundiais, do qual os Estados Unidos se retiraram.

Teerã diz que a visita de Grossi não tem relação com as manobras norte-americanas visando sanções e pediu à AIEA para “se distanciar da pressão política de outros países. Grossi, por sua vez, disse que “há questões que precisam ser abordadas. Isto não significa uma abordagem política em relação ao Irã. A AIEA  não deixará terceiros países impactarem suas relações com nenhum outro país”.